Ex-governador José Roberto Arruda está convocado a falar

LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal começa hoje uma maratona de interrogatórios para tentar concluir, na próxima semana, a primeira fase do inquérito da Caixa de Pandora. Entre os ouvidos está José Roberto Arruda, governador cassado do Distrito Federal, que pela primeira vez falará à polícia sobre o caso.
Até quarta-feira, a PF vai interrogar 42 pessoas citadas ou envolvidas diretamente no esquema. Além do ex-governador, foram convocados deputados distritais, secretários de governo e empresários.
O advogado de Arruda, Nélio Machado, disse que ele está com uma "vontade irrefreável de falar", mas ressaltou que seu cliente pode se calar porque ainda não teve acesso ao volume completo da investigação.
O ex-governador está preso desde 11 de fevereiro por tentar subornar uma das testemunhas da Caixa de Pandora.
Sobre a delação premiada oferecida a Arruda pelo chefe da PF, Luiz Fernando Corrêa, o advogado disse que o político rejeitou por achar que não era a maneira correta de se defender.
As investigações do mensalão do DEM só começaram após um ex-secretário do governo do DF, também envolvido em desvios de dinheiro público, aceitar a delação.
Os interrogatórios foram pedidos pela Procuradoria-Geral da República ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), cobrando agilidade na conclusão do inquérito. O órgão quer apresentar denúncia contra os envolvidos no esquema de corrupção.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, já disse que, concluída a primeira fase da investigação, vai pedir à Justiça a revogação da prisão provisória de Arruda.
Outros pontos levantados superficialmente na Caixa de Pandora ainda serão aprofundados, como a suposta participação de deputados federais e a ocorrência de crimes financeiros e evasão de divisas.


Texto Anterior: Nova versão vai ter viés mais urbano
Próximo Texto: Imprensa: Octavio Frias de Oliveira será homenageado em Brasília
Índice