São Paulo, terça, 29 de abril de 1997.

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PRIVATIZAÇÃO
Participação de líder do país no setor de alumínio no Consórcio Brasil chegou a ser anunciada pela Bolsa
Alcoa desiste de participar de consórcio

SILVANA QUAGLIO
enviada especial ao Rio

O Consórcio Brasil, um dos dois interessados em comprar a Vale do Rio Doce no leilão marcado para hoje, sofreu, ontem, uma baixa. O grupo capitaneado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) não conseguiu a adesão da Alcoa, a maior produtora de alumínio do Brasil. A participação da Alcoa no consórcio da CSN chegou a ser divulgada pela Bolsa de Valores do Rio, mas não se confirmou. O grupo desistiu no negócio, apostando na venda da Aluvale -produtora de alumínio do complexo Vale. ``A Aluvale é nosso interesse maior'', disse à Folha Fausto Moreira, presidente do grupo Alcoa do Brasil. Moreira disse duvidar que o novo controlador da Vale consiga manter a produção de alumínio no grupo. ``É uma atividade muito especializada e não vale a pena ficar junto com o restante. É coisa para ser feita por um operador do ramo'', disse Moreira. Moreira justifica sua expectativa afirmando que a produção de alumínio é um dos poucos setores da Vale que só dá prejuízo. A Aluvale é composta por quatro empresas: Albrás, Alunorte, Valesul e MRN. Só a Alunorte teria dado prejuízo, no ano passado, de R$ 130 milhões. O alumínio responde por 10,15% das vendas do complexo Vale. Mas o forte da estatal é mesmo a extração e venda de minério de ferro, que responde por 48% das receitas globais. A Alcoa do Brasil é a segunda maior empresa da multinacional Alcoa (Aluminum Company of America), que tem sede nos EUA. A empresa brasileira produziu, em 96, cerca de 300 mil toneladas de alumínio (25% da produção nacional), e faturou R$ 1,2 bilhão, no mesmo ano. Mas a saída da Alcoa não desmotivou o consórcio Brasil. A CSN depositou os R$ 3,2 bilhões exigidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para que os consórcios possam participar do leilão. É uma prova de que o concorrente tem dinheiro para pagar sua oferta. Nomes
A CSN só não conseguiu anunciar, até as 18h30 de ontem, os nomes das empresas que comporão o Consórcio Brasil. Pelo menos o financiamento parece estar garantido. Além do Bradesco, que já acertou um empréstimo ao consórcio, a CSN tem garantida uma linha de crédito de R$ 1,2 bilhão do Nations Bank. Trata-se do quarto maior banco dos Estados Unidos.

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