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MINISTÉRIOS
Esporte ficou 245 dias sem titular no primeiro mandato; interino ocupou Transportes por 280 dias
FHC é o 4º presidente mais indeciso
MAURICIO PULS
da Redação
O presidente Fernando Henrique Cardoso é o quarto mais indeciso na escolha de substitutos
de ministros desde 1945. Em seu
primeiro mandato (1995-1998), os
ministérios ficaram 849 dias sem
titulares, o que, ponderado pelo
número de ministérios, corresponde a 1,87% de seu mandato.
Em relação a outros governos
desde 1945, FHC só foi mais ágil
para nomear os substitutos que
Itamar Franco (4,04% do mandato sem titulares), Eurico Dutra
(2,37%) e João Goulart (2,01%).
O caso do Ministério do Esporte
é exemplar. Quando Pelé deixou a
pasta, em 30 de abril de 1998, o
presidente hesitou entre extinguir
o ministério e nomear outra pessoa. Resultado: a pasta ficou vaga
por 245 dias, até a posse de Rafael
Greca em 1º de janeiro de 1999.
Não foi a primeira vez que o
presidente custou a preencher
uma vaga. Em 14 de agosto de
1996, o peemedebista Odacir
Klein pediu demissão do Ministério dos Transportes após um acidente automobilístico no qual
não socorreu uma vítima atropelada por seu filho. FHC indicou
um interino, Alcides Saldanha, e
demorou 280 dias até nomear Eliseu Padilha para a vaga.
Outra longa interinidade foi a
de Cláudia Costin no Ministério
da Administração, em 1998. Luiz
Carlos Bresser Pereira deixou a
pasta em 24 de junho para ser tesoureiro da campanha de FHC à
reeleição. Cláudia Costin foi nomeada em seu lugar, mas nunca
foi efetivada: ficou como interina
por 132 dias, até que Bresser reassumiu o cargo em 4 de novembro.
Bresser era aparentemente indispensável ao governo. Mas, 57
dias após sua volta, seu ministério
foi rebaixado a uma secretaria,
ocupada por Costin, enquanto
Bresser era deslocado para o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Os dois foram demitidos na reforma ministerial de julho de 1999.
Interinidades menores foram as
de Juarez Quadros no Ministério
das Comunicações após a morte
de Sérgio Motta (17 dias) e a demissão de Luiz Carlos Mendonça
de Barros (38 dias); a de Milton
Seligman no Ministério da Justiça
após a saída de Nelson Jobim (44
dias) e a de José Carlos Seixas no
Ministério da Saúde após a queda
de Adib Jatene (42 dias).
Considerando as demais vacâncias e interinidades, as pastas ficaram 849 dias sem titulares. Ponderando o resultado pelo número
de pastas (24 ministérios e 7 secretarias com status ministerial),
essas interinidades consumiram
1,87% do seu primeiro mandato.
Itamar
Foi bem menos que o verificado
durante a gestão de seu antecessor, Itamar Franco. Somando todas as vacâncias e interinidades,
os ministérios ficaram 895 dias
sem titular, ou 4,04% do governo,
o maior índice desde 1945.
Em seu curto mandato, Itamar
teve apenas três interinos (Israel
Vargas, na Ciência; Mozart Lima,
no Trabalho; e Tarcísio Cunha, no
Gabinete Civil), mas deixou os
cargos vagos por muito tempo.
Ele tomou posse em 2 de outubro de 1992 (Collor fora afastado
no dia 29 de setembro), mas levou
tempo até completar o ministério.
O ministro da Cultura demorou
39 dias para tomar posse; o da
Ciência, 21 dias; os da Indústria,
Meio Ambiente e Transportes, 13
dias cada um, e assim por diante.
As indefinições prosseguiram
após a conclusão da montagem
do governo. O Ministério das Relações Exteriores ficou 101 dias
sem titular, e o Gabinete Civil, 100
dias. A Agricultura ficou vaga 81
dias; Integração Regional, 77 dias;
Bem-Estar Social, 76 dias. O Ministério da Ciência ficou 70 dias
sem titular, o das Comunicações,
69 dias, o da Cultura, 36 dias.
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