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SÃO PAULO
Prefeito quer retomar base aliada e atrair vereadores liberando recursos
Verba pode virar trunfo de Pitta
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local
O prefeito Celso
Pitta (PTN) pretende ampliar sua base
de apoio na Câmara e, para isso, deverá usar o adiantamento de verbas orçamentárias
para atrair os vereadores que estão descontentes e que ajudaram
a aprovar a abertura do processo
de impeachment.
Pitta disse ontem, após inaugurar uma escola municipal em Parada de Taipas, zona norte, que "a
bancada está pedindo a liberação
antecipada de recursos do orçamento, o que é natural".
De acordo com o prefeito, o orçamento anual, de R$ 7,6 bilhões,
é dividido em 12 parcelas, que são
liberadas de acordo com a disponibilidade de recursos. Dentro
desse valor estão as emendas de
R$ 1,5 milhão que cada um dos 30
vereadores da base de sustentação
fez ao orçamento no fim do ano.
As emendas foram realizadas
como forma de Pitta garantir o
poder de remanejar 15% do orçamento como quiser. Porém os vereadores têm reclamado de que o
prefeito não vem atendendo seus
pedidos, dificultando o contato
com os eleitores.
Pitta afirmou que tem mantido
contatos pessoais com os vereadores. Ele citou, por exemplo,
Paulo Roberto Faria Lima
(PMDB), que participava da "tropa de choque" da prefeitura, mas
votou favorável à instalação da
comissão processante que analisa
o pedido de impeachment.
"Outros vereadores estão convencidos da improcedência das
denúncias e este trabalho de convencimento prossegue." Os outros três integrantes da tropa de
choque são Brasil Vita (PPB), Wadih Mutran (PPB) e Miguel Colasuonno (PMDB).
"Tenho conversado não apenas
com ele (Faria Lima), mas com
todos da base de sustentação."
Em 1998, Faria Lima capitaneou
um bloco contrário a Pitta. O grupo de vereadores, integrado por
11 parlamentares, ficou conhecido como rebeldes e cobrava do
prefeito uma maior participação
na prefeitura, o que foi atendido.
Ontem, durante a inauguração
da escola, Pitta estava acompanhado dos vereadores José Viviani Ferraz (PL) e Lídia Correa
(PMDB). Viviani Ferraz se absteve da votação para a criação da
comissão processante. Lídia, embora estivesse na Câmara, se ausentou do plenário.
Em seu discurso, Viviani Ferraz
ressaltou as obras que Pitta fez na
região norte. Lídia, por sua vez,
disse que o prefeito "tem trabalhado pela população".
"Este tipo de crise política embaça o trabalho da administração", disse Pitta. "Compete a nós
e à base governista mostrar à população o que está sendo feito."
Pitta aproveitou para elogiar a
presença de Ferraz e Lídia.
O prefeito voltou a dizer que
ainda não se definiu se sairá candidato à reeleição ou não.
Ele também não comentou a
declaração do presidente nacional do PTN, Dorival de Abreu,
que na terça-feira disse à Folha
que vê com simpatia uma coligação de seu partido para apoiar a
candidatura de Luiza Erundina
(PSB) à prefeitura.
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