São Paulo, sábado, 29 de abril de 2000


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SÃO PAULO
Prefeito quer retomar base aliada e atrair vereadores liberando recursos
Verba pode virar trunfo de Pitta

CHICO DE GOIS
da Reportagem Local


O prefeito Celso Pitta (PTN) pretende ampliar sua base de apoio na Câmara e, para isso, deverá usar o adiantamento de verbas orçamentárias para atrair os vereadores que estão descontentes e que ajudaram a aprovar a abertura do processo de impeachment.
Pitta disse ontem, após inaugurar uma escola municipal em Parada de Taipas, zona norte, que "a bancada está pedindo a liberação antecipada de recursos do orçamento, o que é natural".
De acordo com o prefeito, o orçamento anual, de R$ 7,6 bilhões, é dividido em 12 parcelas, que são liberadas de acordo com a disponibilidade de recursos. Dentro desse valor estão as emendas de R$ 1,5 milhão que cada um dos 30 vereadores da base de sustentação fez ao orçamento no fim do ano.
As emendas foram realizadas como forma de Pitta garantir o poder de remanejar 15% do orçamento como quiser. Porém os vereadores têm reclamado de que o prefeito não vem atendendo seus pedidos, dificultando o contato com os eleitores.
Pitta afirmou que tem mantido contatos pessoais com os vereadores. Ele citou, por exemplo, Paulo Roberto Faria Lima (PMDB), que participava da "tropa de choque" da prefeitura, mas votou favorável à instalação da comissão processante que analisa o pedido de impeachment.
"Outros vereadores estão convencidos da improcedência das denúncias e este trabalho de convencimento prossegue." Os outros três integrantes da tropa de choque são Brasil Vita (PPB), Wadih Mutran (PPB) e Miguel Colasuonno (PMDB).
"Tenho conversado não apenas com ele (Faria Lima), mas com todos da base de sustentação."
Em 1998, Faria Lima capitaneou um bloco contrário a Pitta. O grupo de vereadores, integrado por 11 parlamentares, ficou conhecido como rebeldes e cobrava do prefeito uma maior participação na prefeitura, o que foi atendido.
Ontem, durante a inauguração da escola, Pitta estava acompanhado dos vereadores José Viviani Ferraz (PL) e Lídia Correa (PMDB). Viviani Ferraz se absteve da votação para a criação da comissão processante. Lídia, embora estivesse na Câmara, se ausentou do plenário.
Em seu discurso, Viviani Ferraz ressaltou as obras que Pitta fez na região norte. Lídia, por sua vez, disse que o prefeito "tem trabalhado pela população".
"Este tipo de crise política embaça o trabalho da administração", disse Pitta. "Compete a nós e à base governista mostrar à população o que está sendo feito."
Pitta aproveitou para elogiar a presença de Ferraz e Lídia.
O prefeito voltou a dizer que ainda não se definiu se sairá candidato à reeleição ou não.
Ele também não comentou a declaração do presidente nacional do PTN, Dorival de Abreu, que na terça-feira disse à Folha que vê com simpatia uma coligação de seu partido para apoiar a candidatura de Luiza Erundina (PSB) à prefeitura.


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