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ELEIÇÕES 2004
Para deputados, eventual derrota do pré-candidato a prefeito de SP apoiado pelo governador abalará sua liderança
Tucanos temem que prévia desgaste Alckmin
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A bancada paulista do PSDB na
Câmara dos Deputados está preocupada com um eventual desgaste do governador Geraldo Alckmin em razão da realização da
prévia para a escolha do candidato tucano a prefeito de São Paulo,
marcada para o dia 16 de maio.
Por causa disso, planejam conversar com o governador e com o
presidente do diretório municipal, Edson Aparecido, para tentar
evitar a pré-convenção.
Os deputados avaliam que
Alckmin poderá ter abalada sua
liderança natural do partido no
Estado se o seu candidato, o secretário da Segurança, Saulo de Castro, não for o escolhido.
Entre os deputados, há quem
contabilize que Saulo não teria
hoje os votos suficientes dos cerca
de 980 delegados do PSDB na capital para ser o candidato do partido -como também não tem
nenhum dos demais postulantes.
Os outros pré-candidatos tucanos
são os deputados federais Walter
Feldman e Zulaiê Cobra e o ex-presidente nacional da legenda
José Aníbal.
Além disso, argumentam, o
presidente nacional da legenda,
José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não demonstram muita empolgação pelo nome do secretário, filiado ao
partido a menos de um ano.
Para Edson Aparecido, "a bancada deveria se esforçar para que
os dois deputados federais seguissem o caminho do governador na
união do partido".
De acordo com um deputado
federal tucano, se os três pré-candidatos resolverem chegar a um
consenso, dificilmente Saulo será
escolhido e o governador amargará um desgaste em sua liderança.
Outro parlamentar, que também prefere não se identificar,
chegou a definir a prévia como
uma "manobra arriscada".
Ontem, a bancada paulista se
reuniu em um almoço na casa do
deputado federal Antonio Carlos
Pannunzio, presidente do diretório estadual do PSDB.
"A nossa preocupação é que o
processo de escolha do candidato
não produza vitoriosos e derrotados", disse Pannunzio. Ele afirmou que "é importante buscar o
consenso" e que, se houver algum
vencedor, "tem que ser o governador Alckmin". No entanto, o
presidente estadual do PSDB frisou que isso não significa, no momento, um apoio a Saulo. "Acho
salutar o governador chamar a
bancada para conversar."
Para Paulo Kobayashi, coordenador da bancada paulista, a discussão sobre a candidatura a prefeito de São Paulo "extrapola os limites da cidade". Por isso, ele defende que outros segmentos do
partido sejam ouvidos. "Qualquer
que seja o resultado [da prévia],
vai refletir no Estado todo."
"Temos que questionar o direito do diretório municipal de decidir sozinho, embora respeitemos
sua independência", afirmou.
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