São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2004

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ELEIÇÕES 2004

Para deputados, eventual derrota do pré-candidato a prefeito de SP apoiado pelo governador abalará sua liderança

Tucanos temem que prévia desgaste Alckmin

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A bancada paulista do PSDB na Câmara dos Deputados está preocupada com um eventual desgaste do governador Geraldo Alckmin em razão da realização da prévia para a escolha do candidato tucano a prefeito de São Paulo, marcada para o dia 16 de maio.
Por causa disso, planejam conversar com o governador e com o presidente do diretório municipal, Edson Aparecido, para tentar evitar a pré-convenção.
Os deputados avaliam que Alckmin poderá ter abalada sua liderança natural do partido no Estado se o seu candidato, o secretário da Segurança, Saulo de Castro, não for o escolhido.
Entre os deputados, há quem contabilize que Saulo não teria hoje os votos suficientes dos cerca de 980 delegados do PSDB na capital para ser o candidato do partido -como também não tem nenhum dos demais postulantes. Os outros pré-candidatos tucanos são os deputados federais Walter Feldman e Zulaiê Cobra e o ex-presidente nacional da legenda José Aníbal.
Além disso, argumentam, o presidente nacional da legenda, José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não demonstram muita empolgação pelo nome do secretário, filiado ao partido a menos de um ano.
Para Edson Aparecido, "a bancada deveria se esforçar para que os dois deputados federais seguissem o caminho do governador na união do partido".
De acordo com um deputado federal tucano, se os três pré-candidatos resolverem chegar a um consenso, dificilmente Saulo será escolhido e o governador amargará um desgaste em sua liderança.
Outro parlamentar, que também prefere não se identificar, chegou a definir a prévia como uma "manobra arriscada".
Ontem, a bancada paulista se reuniu em um almoço na casa do deputado federal Antonio Carlos Pannunzio, presidente do diretório estadual do PSDB.
"A nossa preocupação é que o processo de escolha do candidato não produza vitoriosos e derrotados", disse Pannunzio. Ele afirmou que "é importante buscar o consenso" e que, se houver algum vencedor, "tem que ser o governador Alckmin". No entanto, o presidente estadual do PSDB frisou que isso não significa, no momento, um apoio a Saulo. "Acho salutar o governador chamar a bancada para conversar."
Para Paulo Kobayashi, coordenador da bancada paulista, a discussão sobre a candidatura a prefeito de São Paulo "extrapola os limites da cidade". Por isso, ele defende que outros segmentos do partido sejam ouvidos. "Qualquer que seja o resultado [da prévia], vai refletir no Estado todo."
"Temos que questionar o direito do diretório municipal de decidir sozinho, embora respeitemos sua independência", afirmou.


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