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Alckmin abre campanha e diz esperar ajuda de Serra
Candidatura a prefeito do ex-governador foi aprovada na Executiva do partido
Em mais um dia tenso, tucano Walter Feldman diz que "batalha continua" e que só convenção irá pôr ponto final à luta interna
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-governador Geraldo
Alckmin lançou ontem à noite
sua pré-candidatura a prefeito
de São Paulo. Momentos antes
da primeira manifestação pública do tucano sobre a intenção de concorrer neste ano, a
Executiva Municipal do partido decidiu endossar seu desejo.
"Eu ouvi o chamado e vim me
incorporar à luta", anunciou
Alckmin, por volta das 21h, para cerca de 200 militantes do
PSDB reunidos no centro de
São Paulo. Em seguida, mandou um recado a seus adversários internos:
"Persegui os ideais de uma vida, e não as conveniências eleitorais do momento", disse, em
alusão à pressão de parte dos
tucanos que defendem sua renúncia para apoiar a reeleição
do prefeito Gilberto Kassab
(DEM), aliado do governador
do Estado, José Serra (PSDB).
Questionado sobre o governador, Alckmin respondeu:
"Serra e eu fomos fundadores
do PSDB. Faz 20 anos. Temos
uma história de lutas partidárias, de convicções. Não tenho
dúvidas que poderá haver
idéias, proposições diferentes
em algum determinado ponto
da nossa caminhada. Mas, tomada a decisão pelo partido,
vamos estar juntos".
Em seu discurso, de cerca de
dez minutos, Alckmin ressaltou a importância de líderes da
sigla, principalmente o governador Mario Covas (1930-2001), um dos mais combativos
adversários do ex-governador
Orestes Quércia (PMDB).
Kassab anunciou na semana
passada uma aliança com
Quércia, o que lhe garantiu
mais tempo de TV e ajudou a
isolar Alckmin.
"Duas décadas depois [de sua
criação], nós podemos nos orgulhar do nosso partido", afirmou Alckmin. O PSDB nasceu
de uma dissidência do PMDB
durante o governo de Quércia
em São Paulo.
Divisão
A manifestação pública de
Alckmin aconteceu ao final de
mais um dia tenso nos bastidores do partido, marcado até por
bate-boca na Executiva Estadual. Mesmo à noite, após deixar um evento dos tucanos em
apoio à aliança com o DEM, o
secretário de Esportes da capital, Walter Feldman (PSDB),
foi claro: "Estatutariamente,
quem decide é a convenção. Para nós, a batalha continua".
A candidatura de Alckmin na
Executiva foi definida por unanimidade. "Está fechado. O Geraldo é o candidato da Executiva. Está mais do que evidente
que é isso o que o partido deseja", disse José Henrique Reis
Lobo, presidente municipal da
sigla, afirmando ter participado
de 40 reuniões para a decisão.
No dia 5, Lobo apresentará
ao diretório o nome de Alckmin
como candidato da Executiva.
Caberá ao diretório homologar
o nome para submetê-lo à convenção. Quem quiser desafiar
Alckmin deverá reunir 5% das
assinaturas de filiados até 72
horas antes da convenção.
Apesar dos apelos de Lobo
por um cessar-fogo, até mesmo
contra Serra, a batalha continua. Ontem, os alckmistas reivindicaram a presença do candidato em oito das 18 inserções
a que o partido tem direito em
maio. O secretário de Comunicação, Raul Christiano, alegou
que não há condições de produzir 40 diferentes programas até
segunda-feira. Nova briga.
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