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Tarso nega viés político em operação da PF
Ministro respondeu ataques feitos por senadores do DEM e do PSDB citados na Operação Castelo de Areia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Acusados pela oposição de
comandar uma "polícia política" e de instaurar no país um
"Estado policialesco", o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o
diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, negaram ontem que a instituição
atue com viés político.
Eles participaram, a convite,
de audiência na CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça) do
Senado para falar sobre a Operação Castelo de Areia, deflagrada pela PF no final de março
e que apura crimes contra o sistema financeiro e de lavagem
de dinheiro supostamente cometidos pela Camargo Corrêa.
A investigação também identificou supostas doações ilegais
da empreiteira a políticos e partidos -DEM, PSDB, PPS, PP,
PSB, PDT e PMDB foram citados em relatório da polícia, enquanto siglas como PT, PTB e
PV ficaram de fora.
Os ataques ao trabalho da
instituição partiram de José
Agripino Maia (DEM-RN) e
Flexa Ribeiro (PSDB-PA), senadores que tiveram seus nomes citados em interceptações
telefônicas como beneficiários
de supostas doações ilegais da
Camargo Corrêa. Quando a
operação eclodiu, contudo, eles
apresentaram recibos para
comprovar as doações.
"Vou querer e preciso de reparação", disse Agripino. Referindo-se aos questionamentos
do senador, Corrêa declarou
que o "desconforto do senhor é
nosso também". Tarso afirmou
que a reclamação era legítima.
O vazamento das informações não partiu da PF, garantiram Tarso e Corrêa. Eles alegaram que os dados sobre financiamento de campanhas tornaram-se públicos quando o inquérito chegou ao Ministério
Público, à Justiça e, posteriormente, quando foi acessado por
advogados de defesa.
Tarso chegou a dizer que o
"contencioso político" causado
com a divulgação de nomes de
políticos e partidos ocorreu por
causa de um "viés político da
notícia", da qual ele disse, sem
reclamar, já ter sido vítima.
O ministro e o delegado rechaçaram ainda os termos "polícia política" e "Estado policialesco". "Se houvesse, não estaríamos aqui prestando contas.
Estado policial era quando não
havia habeas corpus e quando o
Congresso foi fechado", disse
Tarso.
(LUCAS FERRAZ)
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