São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2010

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Justiça de SP inicia greve com baixa adesão

Fóruns visitados pela Folha funcionavam; sindicato não tem balanço da capital, mas estima paralisação no interior em 50%

Em assembleia, servidores, que pedem 20% de reajuste, rejeitaram proposta de 4%; OAB deve tomar medida jurídica contra movimento

FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos servidores do Poder Judiciário de São Paulo teve baixa na adesão nos fóruns da capital ontem, primeiro dia do movimento de paralisação. Os sindicatos dos funcionários da Justiça, porém, divulgaram que o percentual de trabalhadores em greve nas comarcas do interior chegou a 50%.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo adotou posição contrária à greve e informou ontem que poderá tomar medidas judiciais para encerrar o movimento, apesar de declarar apoio às reivindicações dos servidores.
A Folha esteve ontem no fórum central de São Paulo, o João Mendes Júnior, no fórum criminal da Barra Funda e em dois fóruns regionais da capital, o de Santana, na zona norte, e o do Tatuapé, na zona leste. Apenas no último a reportagem encontrou uma unidade completamente paralisada pela greve, o cartório do Juizado Especial Cível do Tatuapé.
Nos fóruns visitados, advogados e servidores relataram que o serviço de algumas unidades ficou um pouco mais lento por conta da adesão de funcionários ao movimento.
Ontem no início da tarde os sindicatos da classe reuniram cerca de 2.000 pessoas em uma assembleia no centro de São Paulo, segundo a avaliação de policiais militares. Os dirigentes das entidades estimaram que 8.000 servidores participaram do ato.
Na assembleia, os grevistas rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 4,17% apresentada ontem pela direção do TJ (Tribunal de Justiça) paulista. O movimento pede aumento salarial de 20,16% e alega que esse valor se refere somente a perdas decorrentes da inflação.
No ato, os sindicalistas convocaram os grevistas a formar "corredores" nas entradas dos fóruns hoje para convencer os colegas a aderir à greve.
Em nota, a OAB-SP afirmou que "episódios anteriores atestam que a paralisação do Judiciário nunca se mostrou uma alternativa viável, pois gera danos de difícil reparação, com o adiamento da apreciação judicial das demandas dos cidadãos, em prejuízo de inúmeras medidas judiciais, muitas delas urgentes".


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