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Justiça de SP inicia greve com baixa adesão
Fóruns visitados pela Folha funcionavam; sindicato não tem balanço da capital, mas estima paralisação no interior em 50%
Em assembleia, servidores, que pedem 20% de reajuste, rejeitaram proposta de 4%; OAB deve tomar medida jurídica contra movimento
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A greve dos servidores do Poder Judiciário de São Paulo teve baixa na adesão nos fóruns
da capital ontem, primeiro dia
do movimento de paralisação.
Os sindicatos dos funcionários
da Justiça, porém, divulgaram
que o percentual de trabalhadores em greve nas comarcas
do interior chegou a 50%.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo adotou posição contrária à greve e
informou ontem que poderá
tomar medidas judiciais para
encerrar o movimento, apesar
de declarar apoio às reivindicações dos servidores.
A Folha esteve ontem no fórum central de São Paulo, o
João Mendes Júnior, no fórum
criminal da Barra Funda e em
dois fóruns regionais da capital, o de Santana, na zona norte, e o do Tatuapé, na zona leste. Apenas no último a reportagem encontrou uma unidade
completamente paralisada pela greve, o cartório do Juizado
Especial Cível do Tatuapé.
Nos fóruns visitados, advogados e servidores relataram
que o serviço de algumas unidades ficou um pouco mais lento por conta da adesão de funcionários ao movimento.
Ontem no início da tarde os
sindicatos da classe reuniram
cerca de 2.000 pessoas em uma
assembleia no centro de São
Paulo, segundo a avaliação de
policiais militares. Os dirigentes das entidades estimaram
que 8.000 servidores participaram do ato.
Na assembleia, os grevistas
rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 4,17% apresentada ontem pela direção do TJ
(Tribunal de Justiça) paulista.
O movimento pede aumento
salarial de 20,16% e alega que
esse valor se refere somente a
perdas decorrentes da inflação.
No ato, os sindicalistas convocaram os grevistas a formar
"corredores" nas entradas dos
fóruns hoje para convencer os
colegas a aderir à greve.
Em nota, a OAB-SP afirmou
que "episódios anteriores atestam que a paralisação do Judiciário nunca se mostrou uma
alternativa viável, pois gera danos de difícil reparação, com o
adiamento da apreciação judicial das demandas dos cidadãos, em prejuízo de inúmeras
medidas judiciais, muitas delas
urgentes".
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