São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RUMO ÀS ELEIÇÕES

Tucano pede redução dos juros para aquecer economia

Alckmin atribui desemprego recorde ao governo de FHC

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
Alckmin abre champanhe em visita a novo trecho da segunda pista da Imigrantes, em Cubatão


DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem que a política econômica do governo federal, principalmente a taxa de juros, é a responsável pelo maior índice de desemprego já registrado na região metropolitana de São Paulo.
Candidato à reeleição, ele disse que "não é possível manter uma taxa de juros tão alta por tanto tempo e em caráter permanente".
Em abril, segundo a Fundação Seade/Dieese, o índice de desemprego atingiu 20,4% da população economicamente ativa. Isso significa que há cerca de 1,904 milhão de desempregados na região.
Para Alckmin, é "incompreensível" não ter havido na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), ocorrida na semana passada, uma redução dos juros, mantidos em 18,5%.
"A solução é reduzir a taxa de juros. Acho que o caminho é, na próxima reunião do Copom, haver um indicativo claro de que os juros vão cair, até para haver aquecimento da economia", afirmou Alckmin durante vistoria de obras da segunda pista da Rodovia dos Imigrantes, em Cubatão, litoral sul do Estado.
Apesar de apontar uma "solução", Alckmin acredita que uma redução não vá resolver de imediato o problema do desemprego. "Não é tão rápido. Mas é importante que haja um indicativo, colocar a taxa para baixo ainda que a redução não seja grande."
As assessorias de imprensa do Banco Central e do Ministério da Fazenda afirmaram que não iriam comentar as declarações.
O governador afirmou que o governo do Estado está "fazendo a sua parte" ao desenvolver programas sociais como o Banco do Povo (programa de financiamento para pequenos empreendedores) e as frentes de trabalho, que empregaram, desde sua criação, há dois anos, 146.289 pessoas.
Alckmin evitou comentar a aliança informal entre o PT paulista e ala do PMDB comandada por Orestes Quércia e disse não ver, ao menos a curto prazo, possibilidade fusão entre PSDB e PMDB. "O PMDB sempre teve uma divisão. Não vejo nada que possa acontecer de fusão, mas há setores do PMDB com os quais há uma afinidade e por isso haverá uma aliança nacional. No futuro, acho que vamos ter uma reforma política, fiscal e previdenciária. Aí, teremos mudanças", afirmou.


Texto Anterior: Painel
Próximo Texto: PSDB muda tema de propaganda
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.