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CONGRESSO
Lei prevê prazo de 90 dias
Governo vai insistir em CPMF sem noventena
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo vai insistir na prorrogação da CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação
Financeira) sem a exigência do intervalo de 90 dias para o reinício
da cobrança, previsto na Constituição, apesar da oposição do presidente do Senado, Ramez Tebet
(PMDB-MS).
Tebet reafirmou ontem que a
mudança pretendida pelo governo na emenda provocará a volta
de todo o texto do projeto para
novas votações na Câmara, mas
admitiu que poderá consultar a
opinião do plenário antes da decisão. A declaração de Tebet agradou ao governo, que tem a maioria dos votos na Casa.
Contrários ao entendimento do
presidente do Senado, os líderes
do governo argumentam que
apenas o trecho suprimido deveria ser submetido novamente aos
deputados. Nesse caso, os dispositivos da emenda já aprovados
na Câmara e no Senado seriam
promulgados antes. É a chamada
"promulgação fatiada".
A alegação dos líderes é que
houve dois precedentes. Nas votações das emendas que reformaram a Previdência Social e a administração pública, as partes principais dos textos foram promulgadas e os trechos modificados
não entraram em vigor -acabaram engavetados sem apreciação
dos congressistas.
"Precedente às vezes não forma
lei. Vou estudar o assunto", afirmou Tebet. Ele disse que vai pedir
parecer jurídico sobre a questão.
A estratégia do governo é retirar
da emenda, durante a votação no
plenário, a expressão que submete a CPMF ao dispositivo constitucional que prevê a noventena
-intervalo de 90 dias para o reinício da cobrança.
O governo sabe que caberá ao
STF (Supremo Tribunal Federal)
decidir a legalidade da cobrança,
já que a retirada da referência ao
prazo de 90 dias da emenda não
elimina o item constitucional.
Os governistas estão mobilizando os senadores para sessões extras na sexta-feira. Sem as sessões,
o governo não conseguirá cumprir o calendário definido com líderes de todos os partidos e concluir a votação em segundo turno
no dia 12 de junho para promulgar a emenda antes do dia 18,
quando acaba a atual CPMF.
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