|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula e Alckmin aceleram negociação das alianças nacionais e estaduais
PT e PSDB cortejam Quércia com ofertas e disputam PMDB Estado por Estado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os dois principais pré-candidatos a presidente, Luiz Inácio
Lula da Silva e o tucano Geraldo Alckmin, acelerarão nesta
semana as negociações sobre
alianças nacionais e estaduais.
Além da formação de palanques com os partidos que os
apoiarão oficialmente, Lula e
Alckmin lutarão pela maior fatia do PMDB, buscando fechar
alianças com o partido Estado
por Estado. A aliança nacional
de Lula, por ora, contará com
PSB e PC do B. A de Alckmin,
com PSDB e PFL.
O presidente do PT, deputado federal Ricardo Berzoini
(SP), confirmou que seu partido "apressará" alianças. Na
quarta-feira passada, como antecipou a Folha, Lula fechou a
aliança PT-PSB-PC do B. Nesta
semana, fará outra reunião para saber onde intervirá para
tentar convencer petistas a
abrir espaços para aliados nacionais e estaduais ou onde terá mais de um palanque, caso
provável de Pernambuco.
Já Alckmin fará amanhã em
Brasília a primeira reunião do
conselho político criado para
aparar arestas entre as cúpulas
do PSDB e PFL, que trocaram
duras críticas na semana passada. Na quarta-feira, as siglas
deverão selar a aliança.
Homologação oficial de candidaturas e de alianças, porém,
só ocorrerão em convenções
entre 10 e 30 de junho, como
manda a lei eleitoral. Até lá, a
política viverá a sua alta temporada de negociações, com
Lula e Alckmin lutando por nacos do PMDB, partido que não
deverá ter candidato a presidente para se aliar a PT, PSDB
e PFL livremente nos Estados.
Um exemplo dessa disputa é
São Paulo. Lula deve se reunir
hoje com o presidente do
PMDB no Estado, o ex-governador Orestes Quércia. Apesar
do discurso de que crê em
aliança com o PMDB, Lula sabe
que a chance real é remota.
O encontro com Quércia está
mais relacionado a uma eventual aliança em São Paulo e à
formação de um novo ministério caso Lula seja reeleito.
Para o PT paulista, que lançou a candidatura do ex-líder
do governo no Senado Aloizio
Mercadante ao Palácio dos
Bandeirantes, interessa que
Quércia concorra a governador, o que, em tese, aumentaria
a chance de segundo turno
contra o candidato do PSDB no
Estado, José Serra.
Segundo recente pesquisa
Datafolha, Serra seria eleito no
primeiro turno com 71% dos
votos válidos no cenário sem
Quércia. Como o PT já lançou
Eduardo Suplicy à reeleição ao
Senado, a oferta a Quércia seria
uma candidatura para ajudar
Mercadante a tentar um segundo turno ou, em aliança estadual PT-PMDB, concorrer a
deputado federal e indicar o vice do petista. Em troca, Quércia seria recompensado com
um ministério.
Alckmin e Serra também
cortejam Quércia. Além de participação em seus eventuais governos, já lhe fizeram oferta de
indicar o candidato a vice em
SP ou concorrer ao Senado.
(KENNEDY ALENCAR)
Texto Anterior: Outro lado: Empresa nega ter espionado o governo Lula Próximo Texto: Sem-terra acampados já somam 1 milhão sob Lula Índice
|