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Previdência de Serra é aprovada; projetos devem reduzir benefícios
Governo vence votação na Assembléia por 62 a 26 e garante criação da SP Previ
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), garantiu
ontem, no prazo limite, a aprovação do principal projeto da
reforma previdenciária do Estado: o que cria a SP Previ. Debelada uma rebelião na Assembléia Legislativa, o governo
venceu por 62 votos a 26 votos
contrários, dos quais apenas
quatro de aliados.
Além da implantação de um
gestor único de previdência, o
projeto confere status de "efetivo" aos 205 mil contratados como temporários pelo Estado.
Mas, superado o impasse, outros dois projetos, com votação
prevista até a semana que vem,
reduzem o benefício de dependentes de servidores civis e militares. O projeto 31 reduziria
de 21 para 18 anos a idade até
qual os filhos de servidores
mortos têm direito à pensão.
Também cai o dispositivo que
garantia pensão aos dependentes de até 25 anos, desde que
cursassem a universidade.
Segundo o líder do governo
na Alesp, Barros Munhoz, o
projeto 32 reduz o tempo de
pensão às filhas solteiras de militares mortos. Hoje, elas têm
direito até os 25 anos. Pela nova
regra, esse dispositivo sumiria,
valendo os 18 anos aplicáveis
aos pensionistas do sexo masculino, antes descritos como
"varões". "Continuar recebendo é impensável", disse ele.
O PT informou que votará
com o governo. Mas, numa demonstração do potencial de polêmica, na opinião do deputado
Edson Ferrarini (PTB), esse
benefício está assegurado. Assim como Ferrarini, os militares Olímpio Gomes (PV) e Conte Lopes (PTB) votaram contra
o governo. Outro aliado que
aderiu à oposição, Valdomiro
Lopes (PSB) atribuiu seu voto a
laços com o funcionalismo.
Pelo projeto aprovado, trabalhadores contratados sob a Lei
500 (1974) continuarão se aposentando segundo o regime dos
servidores estaduais, ainda que
a Constituição determine que o
ocupante de "cargo temporário" se submeta ao regime geral
de Previdência.
Sob pressão de Serra, o ministro Luiz Marinho (Previdência) fez um acordo para impedir que fossem transferidos
para o INSS. Mas não está descartada contestação judicial.
A assessoria da Procuradoria-Geral da República informou que não existe nenhum
compromisso para que não venha a questionar a lei.
Para driblar resistências, o
governo assumiu no texto a responsabilidade de cobertura de
"eventuais insuficiências financeiras" do sistema.
A composição do conselho
da SP Previ é paritária, com os
trabalhadores ocupando o
mesmo espaço que o governo
em sua direção.
A promulgação da reforma é
condição para a emissão do
Certificado de Regularidade
Previdenciária (CRP) para São
Paulo. Sem o CRP, o Estado
perde o direito a repasses da
União e à concessão de empréstimos. A cada semestre, o INSS
faz uma auditoria para renovação dos certificados.
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