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Promotoria apura suposta fraude no RS
Investigação agora recai sobre a Fenaseg, que pagava empresas que prestavam serviços para o Detran
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Um dia após a Justiça Federal tornar réus 40 investigados
de participar de uma organização criminosa que teria desviado R$ 44 milhões do Detran do
Rio Grande do Sul, o Ministério
Público Estadual deflagrou
uma operação com o foco no
que seria uma segunda suposta
fraude envolvendo superfaturamento no pagamento de serviços e formação de um caixa
dois com dinheiro que deveria
ser aplicado em campanhas
educativas de trânsito.
A investigação dos promotores recai sobre a Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados), que
fazia pagamentos a empresas
que prestavam serviços utilizados pelo Detran. Ontem, houve
buscas no Rio e no RS.
A Fenaseg gere os recursos
do DPVAT (seguro obrigatório)
e destina 1% do total pago pelos
contribuintes para financiar
campanhas de educação no
trânsito indicadas pelas autoridades de trânsito dos Estados.
O órgão também fez pagamentos com verba de um fundo.
Com recursos das duas fontes, a Fenaseg pagou R$ 17 milhões a fornecedores indicados
pela presidência do Detran entre 2003 e 2007. Parte desse dinheiro pode ter sido desviado,
segundo a Promotoria. A Folha
teve acesso às planilhas dos pagamentos feitos pela Fenaseg.
Em 2006, somaram R$ 5,4 milhões -38% a mais do que o valor pago no ano anterior.
Pessoas e empresas suspeitas de operar a fraude dos R$
44 milhões também receberam
pagamentos da Fenaseg. A Rio
Del Sur Ltda., de familiares do
empresário tucano Lair Ferst,
recebeu R$ 45 mil em 2005.
Segundo os promotores, há
indícios de superfaturamento e
desvio de recursos no pagamento de R$ 1,4 milhão feito
em maio de 2007 à Tops Consultoria Empresarial Ltda.
O governo do RS disse que
desde abril deste ano a Fenaseg
deposita percentual do seguro
obrigatório que deve ser aplicado em campanhas educativas
em uma conta do Detran.
A Fenaseg informou que
"mantém convênios com Detrans de todo o país, em projetos para diminuição no número de acidentes".
Não foram localizados os representantes da Tops Consultoria. O advogado de Lair Ferst
e representante da Rio Del Sur
disse que não comentaria.
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