São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2008 |
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Toda Mídia NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br Os valentões brasileiros
Só ontem, foram três textos no "Wall Street Journal" de papel e três no site, contra a compra do "ícone americano" Anheuser-Busch, que produz a Budweiser, pela InBev "administrada por brasileiros". O principal deles foi enviado de Diadema, "Na InBev, a cultura Gung-Ho comanda". Gung-Ho é palavra derivada do mandarim e significa "exageradamente entusiástico". O texto, traduzido no "Valor", perfila os brasileiros que dirigem a InBev como "técnicos de futebol", diz que a "atmosfera de trabalho lembra um vestiário", que os funcionários são estimulados por "um grande surdo". Que a fusão da AmBev com a belga Interbrew até começou com belga na direção, mas "os brasileiros logo viraram a mesa", no que se descreve hoje como "aquisição reversa". Que eles "pisam calos" e, por lá, são vistos como "um bando de valentões brasileiros". Por fim, noutro texto, o "WSJ" diz que os "políticos americanos" devem resistir à invasão no ano eleitoral. O GIGANTE Saem reportagens com títulos assim todos os dias, daí ter escapado, mas registre-se que o "Observer", um dos jornais britânicos de maior prestígio, publicou no domingo "Brazil: gigante de uma nova ordem econômica mundial". O texto principal do "WSJ" sobre a InBev, ontem, foi inspirado nele, mas com sinal trocado. O "Observer" pega a InBev em Diadema como símbolo do "gigante" que já ameaça se aproximar da China nos Brics. OUTRO BRASIL Blogs daqui destacavam o novo "grau de investimento" dado por agência do Canadá. Mas chegou o fim do dia e o salto da Bovespa, segundo o site do "Valor", foi efeito dos "rumores sobre o grau de investimento da Fitch", tão aguardado. Saindo ou não a nova avaliação, o "Financial Times" já pede perguntas dos leitores a um "expert", para fórum ao vivo na próxima segunda. Título do evento: "O Brasil depois da elevação". ESCRAVIDÃO?
O "Guardian" seguiu ontem no ataque ao etanol do Brasil, mas admitindo que os dados sobre impacto ambiental são "conflitantes". Citou então as "condições similares à escravidão" nos canaviais. Mal saiu o texto e agências como Efe e Reuters davam que a Anistia Internacional, também ontem, condenou o "trabalho degradante" nos canaviais do Brasil. Também ontem, um colunista brasileiro da Bloomberg postou horas antes que a mecanização da colheita "deve pôr fim ao argumento de trabalho escravo". E foi ao ataque dizendo que o problema é a tarifa cobrada nos EUA. SEM GOVERNO
A visita de Lula ao Haiti, que pouco interessou à cobertura por aqui, mobilizou o "Miami Herald" de ontem. O jornal da Flórida deu longa reportagem sobre a presença "ansiosamente aguardada" num país novamente em barafunda política, "sem governo funcional há sete semanas". Em editorial, elogiou o "bom trabalho" da missão de paz da ONU liderada pelo Brasil, numa "oportunidade infelizmente desperdiçada pela classe política do Haiti para formar governo estável". OUTRO ORGULHO Entre os despachos sem fim sobre os 5 milhões da Parada GLBT, o "Guardian" postou "Orgulho do Brasil", sublinhando não o suposto recorde, mas a decisão dos organizadores de São Paulo de abraçarem como "gêmea" a parada de Moscou, que foi até atacada, no ano passado. Leia as colunas anteriores @ - Nelson de Sá Texto Anterior: Maluf diz que vai construir laje sobre Tietê Próximo Texto: Governo: Lula define sucessores de Marta e Luiz Marinho Índice |
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