São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

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Presidente diz que PF não investigou Lula

DA ENVIADA A TUCURUÍ

O presidente Fernando Henrique Cardoso negou ontem que a Polícia Federal estivesse investigando o candidato petista à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, e prometeu processar "na hora" o delegado responsável, caso seja descoberta irregularidade.
FHC se refere ao caso em que Lula é citado em uma denúncia feita pelo microempresário Fernando Tenório Cavalcanti ao delegado da Polícia Federal que acompanhava os trabalhos da CPI do Narcotráfico, em dezembro de 2000. O caso só foi suspenso nesta semana. Em entrevista à Folha, Cavalcanti negou ter denunciado Lula à PF: "Eu não fiz denúncia de narcotráfico nem contra ninguém da Prefeitura de Santo André e não tenho nada contra o Lula".
Ontem, após inaugurar uma turbina em Tucuruí (PA), FHC declarou: "Se houver alguma coisa desse tipo, se houver alguma coisa errada, aí eu processo na hora o delegado que tiver feito uma coisa errada desse tipo. Eu não aceito também. Não pode". Para ele, a investigação partiu de uma "denúncia que não era consistente": "Não deve ser levada a sério".
FHC deixou claro, nas três vezes que negou o grampo, que suas afirmações dependem das informações que recebe do ministro Miguel Reale Júnior (Justiça) e da própria PF: "O que houve, eu não sei. Eu vi pelos jornais e perguntei ao ministro e ele me repetiu isso: nunca houve escuta nenhuma".
FHC comentou a afirmação de Lula, de a PF atuaria como a Gestapo: "Isso é desconhecimento da história. Não é mais nada não". E cobrou da oposição bases para tal acusação. "Quem diz uma coisa dessa deve mostrar. Houve? Onde? Onde está? Como é que fez?"
Para o presidente, é preciso separar esse caso da participação da PF na investigação do assassinato de Celso Daniel. "Houve, e há, um problema lá em Santo André, que é problema dos procuradores de São Paulo. E a Polícia Federal entrou nisso porque o deputado José Dirceu e o candidato Lula vieram ao meu gabinete, pediram que a Polícia Federal entrasse e deram os nomes dos delegados nos quais eles confiam. Acabou, fez aquela missão e acabou".


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