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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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OUTRO LADO

Doleiros negam transações na agência de NY

DA AGÊNCIA FOLHA

Dos 13 doleiros de 11 "offshores" que movimentaram US$ 3,6 bilhões no período 96-97 em Nova York (EUA), procurados anteontem pela Folha, apenas dois se manifestaram. Ambos negaram ter movimentado dinheiro no Banestado.
Outros dois, Alberto Youssef e Silvio Anspach, já haviam dado entrevistas sobre o assunto em fevereiro último. O primeiro disse ter seguido "todas as leis americanas" ao operar no Banestado. Ele afirmou que as movimentações financeiras da June e da Ranby nunca foram objeto de dúvida das autoridades americanas. "Nunca os EUA questionaram essas contas", disse Youssef. Anspach admitiu ser procurador da "offshore" Courchevel, mas não soube dizer se movimentou dinheiro na agência.
Na época, ele disse que ainda não havia lido o laudo da Polícia Federal sobre as operações da Courchevel.
A família de Chaaya Moghrabi, de São Paulo, disse, na anteontem, que ele não mora mais no Brasil. A família não quis comentar o assunto.
Procurados em dias diferentes desde fevereiro, Samuel Sequerra, Dani Zalcberg e Elliot Eskinazi nunca deram resposta a um pedido de contato da reportagem. Diversos recados foram deixados nas casas dos familiares.
Messod Gilberto Benzecry, 46, de Manaus (AM), disse que não era mais sócio da casa de câmbio Cortez, que aparece como procuradora da "offshore" BCF International no Banestado. "Eu não trabalho com eles há um ano", disse o doleiro.
O seu sócio Samuel Messod Benzecry afirmou que desconhecia o caso Banestado. "Nunca fui sócio da Cortez e o que sei sobre esse assunto [Banestado] é pelos jornais", disse.
Silvio Borges de Jesus, advogado da família do doleiro de Santa Catarina Ewald Roweder, afirmou que desconhecia a empresa "offshore" Guildford Assets e que "tem certeza absoluta" que seus clientes não tinham ligação com ela.
"Não nos consta a informação de que eles teriam sido procuradores de "offshores" lá fora. Eles têm uma casa de câmbio e turismo em Blumenau, devidamente autorizada pelo Banco Central, desde 1999, e uma outra em Joinville, desde 1992", declarou Jesus, que foi incumbido por seus clientes de dar declarações.
Há seis meses, o doleiro de Fortaleza (CE) Alexander Diógenes Ferreira Gomes, o Alex, está em local desconhecido. Nem mesmo a Polícia Federal sabe onde ele está -há a suspeita de que Alex tenha saído do país.
O advogado de Alex, Ernando Uchôa Sobrinho, foi procurado ontem pela reportagem, mas não foi encontrado.
Há quatro meses, entrevistado pela Agência Folha sobre as acusações contra seu cliente, Uchôa Sobrinho disse que são "acusações falsas".
A Agência Folha não conseguiu localizar até a noite de anteontem cinco pessoas de Curitiba identificadas como procuradores de contas que somadas, movimentaram US$ 241,8 milhões em quatro "offshores" sediadas em paraísos fiscais.
Familiares de Ernesto de Veer e de Gerhard Fuchs, localizados em suas casas, informaram que eles só estariam acessíveis mais tarde.
A reportagem não conseguiu contatar Afonso Celso Braga, Marco Antonio Vendrametto, relacionados a três empresas offshore, que juntas movimentaram US$ 109,8 milhões.


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