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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO
Goldman é escolhido por Serra para vice na chapa puro-sangue
JB Neto - 12.mar.2006/Folha Imagem
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O deputado Alberto Goldman, que será vice do tucano José Serra |
Convite de ex-prefeito ao deputado federal foi feito na tarde de ontem depois do fracasso nas negociações com o PMDB
Antes de decidir por seu amigo, candidato tucano ligou para Sidney Beraldo, o outro cotado; consultado, Alckmin não se manifestou
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra,
escolheu o deputado federal e
amigo Alberto Goldman para
vice de sua chapa. "Escolhi alguém bom", justificou Serra:
"Por sua história, Goldman,
que foi ministro, líder de partido e lutou contra a ditadura,
tem as credenciais para a vice".
O convite foi formalizado na
tarde de ontem, quando os dois
se encontraram. Antes de
anunciar a decisão à Executiva
do partido -convocada às pressas no início da noite-, Serra
telefonou para o presidente do
PSDB paulista, Sidney Beraldo,
outro cogitado para a vaga.
Segundo tucanos, Beraldo
não manifestou nenhuma contrariedade e convocou a Executiva para uma reunião às 19h de
ontem. No domingo, Serra havia submetido os nomes em estudo ao candidato do PSDB à
Presidência, Geraldo Alckmin.
Embora já tenha se queixado
de falta de participação no processo de escolha, Alckmin elogiou todos os indicados. A partir daí, Serra se sentiu liberado
para escolher o nome de sua
preferência. Para evitar uma
disputa interna, ele buscou
uma filiada ao PSDB sem mandato: a ex-primeira-dama Ruth
Cardoso. Como ela não aceitou,
Serra optou por Goldman.
"É outra trincheira da mesma luta pela construção de um
país melhor", disse Goldman,
que esperou do lado de fora da
reunião até que Serra anunciasse seu nome. À Executiva,
Serra elogiou o currículo do vice. Só aí Goldman foi chamado.
Fracasso com o PMDB
A montagem da chapa puro-sangue é o reconhecimento do
fracasso das negociações com o
PMDB, que, após lançar o ex-governador Orestes Quércia,
articula com o PP uma aliança
para o governo do Estado.
Apesar da preferência por
Goldman, Serra avaliava a indicação de Beraldo, pois crescia
um movimento no partido pela
sua escolha. Serra decidiu logo
para evitar que a situação fugisse a seu controle. Aliados de
Alckmin reclamaram do fato de
a Executiva ter dado a Serra o
direito de escolha. Tucanos esperavam Alckmin agisse em favor de Beraldo. Mas Alckmin
decidiu não se manifestar.
Hoje, Serra estará no PFL para oficialização da candidatura
de Guilherme Afif Domingos
para a disputa pelo Senado.
No PSDB, Goldman é encarado como um empecilho aos planos do secretário municipal
Aloysio Nunes Ferreira para a
disputa ao governo do Estado
em 2010. Caso eleito, Serra deverá se afastar do Palácio dos
Bandeirantes para concorrer à
Presidência. Ao assumir o cargo -a exemplo do que aconteceu com o próprio Alckmin-,
Goldman se transformaria em
forte candidato à reeleição.
No partido, Goldman é encarado como um porta-voz de
Serra, a ponto de o comando do
PSDB ter atribuído ao ex-prefeito a paternidade de uma nota
em que o deputado se queixou
da viagem de tucanos a Nova
York. Num boletim aos militantes do partido, Goldman reclamou dos integrantes da cúpula do partido que se reuniram nos EUA para discutir a
candidatura de Alckmin.
Irritado, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, criticou Goldman publicamente:
numa reunião na casa de Fernando Henrique Cardoso e na
presença de Serra, Aécio chamou Goldman de puxa-saco.
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