São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

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Alencar apóia Crivella e diz ter atuado em favor de projeto no morro da Providência

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente interino da República, José Alencar, admitiu ontem à Folha, no Rio, que interveio politicamente em favor do projeto Cimento Social, do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), seu correligionário. Alencar participou do lançamento da candidatura do senador à Prefeitura do Rio e fez desagravo ao aliado, em Bangu.
O Cimento Social, que teve o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presença ostensiva do Exército na segurança no morro da Providência, foi embargado pelo Tribunal Regional Eleitoral, sob a suspeita de ter cunho eleitoral, após o assassinato de três jovens, supostamente entregues por 11 militares a traficantes de facção rival.
"Penso que são muitas obras pelas quais lutamos. São obras sociais e é preciso que sejam feitas", afirmou. Para ele, Crivella não teve desgaste político com o episódio. "Não, porque foi demonstrado esforço de Crivella para levar benefício à população." O projeto saiu do papel, mesmo sem a aprovação no Senado e contra parecer técnico do Comando Militar do Leste, contrário à sua atuação nas obras.
Ontem, duas semanas após o assassinato dos jovens do Providência, Crivella pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. Ao lado de Alencar -que o defendeu como "um exemplo", "um grande homem" e alvo de "injustiças"-, o senador disse ter a "consciência tranqüila" e prometeu travar "batalha sem tréguas em terreno minado, com fibra de gladiador".
É uma referência implícita à imprensa, que ele acredita criticá-lo por ser bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e sobrinho de seu fundador, Edir Macedo. À Folha Crivella afirmou que "um projeto que ajuda o povo não pode ser negativo". O senador disse confiar que a Advocacia Geral da União vá recorrer e conseguir na Justiça que "o projeto seja retomado".

PSB retira candidatura
O PSB oficializou em convenção, ontem, a retirada da candidatura do economista Carlos Lessa à Prefeitura do Rio. Segundo o presidente do partido, Alexandre Cardoso, secretário de Ciência e Tecnologia do governo Sérgio Cabral (PMDB), a decisão sinaliza a abertura para uma aliança entre partidos de esquerda em torno de candidatura única.
Cardoso negou que o PSB já tenha decidido apoiar o candidato pelo PMDB, o ex-deputado federal Eduardo Paes. O partido tem até segunda para anunciar o candidato que escolheu. A Folha apurou que o partido se aliará ao PMDB.


Colaborou FABIANE ROQUE , da Sucursal do Rio


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