|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
perfil
Senador do PTB é conselheiro de Dilma Rousseff
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
Em um time composto
principalmente por amigos
antigos e técnicos de confiança, o senador Gim Argello (PTB-DF) se aproximou
de Dilma Rousseff (Casa Civil) quase por acaso, e ganhou espaço entre aqueles
que ela consulta quando precisa se inteirar sobre o que
acontece no Congresso.
Foi graças a essa nova amizade que Dilma esteve em
março no Santuário do Terço
Bizantino para um encontro
com o padre Marcelo Rossi.
Também é por ser próximo à
ministra da Casa Civil que o
líder do PTB costuma dizer
que garantiu R$ 600 milhões
para Brasília no PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento).
A proximidade se deu graças aos encontros casuais nas
caminhadas à beira do lago
Paranoá, onde são vizinhos.
Dilma Rousseff herdou o cão
labrador Nego, deixado na
residência oficial pelo seu
antecessor, José Dirceu
-comprado no canil de um
amigo do petebista.
Na vida política de Argello,
alguns dos principais fatos
também foram obra do acaso. Ele vendia carros em Taguatinga, cidade-satélite de
Brasília no início dos anos 80
quando o então ministro
Mário Andreazza o procurou
para comprar um Galaxie.
Gim Argello tinha fama de
ter carros em excelente estado, que ele mesmo ia buscar
em outros Estados.
Andreazza comprou o carro, mas pediu para parcelar.
Não quis saber de assinar notas promissórias, forma de
pagamento mais usada na
época. Pediu ao jovem que
fosse todo mês buscar o pagamento no gabinete.
Com o contato periódico,
os dois se aproximaram. O
ministro percebeu que o comerciante era uma liderança
forte em Taguatinga e o chamou para coordenar sua
campanha na convenção interna que decidiria o candidato do PDS à Presidência da
República.
Gim cuidou da tesouraria
da campanha. "Era uma bagunça", diz. Andreazza perdeu a disputa para Paulo Maluf, mas, o assessor ingressou
de vez na política. No PDS
(depois PFL) se engajou na
emancipação política de Brasília. Foi três vezes deputado
distrital até sair como suplente de Joaquim Roriz
(PMDB) ao Senado.
E novamente foi ungido
pelas circunstâncias: envolvido na Operação Aquarela,
da Polícia Federal, em que
era acusado de partilhar propina com um ex-executivo
do BRB, Roriz renunciou e
deixou o caminho aberto para o suplente.
Inquérito
Argello assumiu no auge
do escândalo que tirou Renan Calheiros (PMDB-AL)
da presidência e quase lhe
custou o mandato. O próprio
petebista passou a responder
a inquérito no STF por crimes como peculato e apropriação indébita.
Depois de uma estreia tímida no parlamento, graças
às denúncias, foi ganhando
espaço pela articulação de
bastidores. Foi fundamental
para cabalar votos a favor de
Renan, atuação que lhe valeu
o posto de um dos homens de
confiança do líder do PMDB.
Na última eleição da Mesa,
foi fundamental na costura
da vitória de José Sarney
(PMDB-AP) e, na crise que
se instalou na Casa, trabalha
pela manutenção do presidente.
(VERA MAGALHÃES)
Texto Anterior: "Sarney é aliado de primeira hora de Lula", afirma Argello Próximo Texto: Ex-assessor de Sarney Filho foi da Sarcris Índice
|