São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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Senador do PTB é conselheiro de Dilma Rousseff

DO PAINEL, EM BRASÍLIA

Em um time composto principalmente por amigos antigos e técnicos de confiança, o senador Gim Argello (PTB-DF) se aproximou de Dilma Rousseff (Casa Civil) quase por acaso, e ganhou espaço entre aqueles que ela consulta quando precisa se inteirar sobre o que acontece no Congresso.
Foi graças a essa nova amizade que Dilma esteve em março no Santuário do Terço Bizantino para um encontro com o padre Marcelo Rossi. Também é por ser próximo à ministra da Casa Civil que o líder do PTB costuma dizer que garantiu R$ 600 milhões para Brasília no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
A proximidade se deu graças aos encontros casuais nas caminhadas à beira do lago Paranoá, onde são vizinhos. Dilma Rousseff herdou o cão labrador Nego, deixado na residência oficial pelo seu antecessor, José Dirceu -comprado no canil de um amigo do petebista.
Na vida política de Argello, alguns dos principais fatos também foram obra do acaso. Ele vendia carros em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília no início dos anos 80 quando o então ministro Mário Andreazza o procurou para comprar um Galaxie. Gim Argello tinha fama de ter carros em excelente estado, que ele mesmo ia buscar em outros Estados.
Andreazza comprou o carro, mas pediu para parcelar. Não quis saber de assinar notas promissórias, forma de pagamento mais usada na época. Pediu ao jovem que fosse todo mês buscar o pagamento no gabinete.
Com o contato periódico, os dois se aproximaram. O ministro percebeu que o comerciante era uma liderança forte em Taguatinga e o chamou para coordenar sua campanha na convenção interna que decidiria o candidato do PDS à Presidência da República.
Gim cuidou da tesouraria da campanha. "Era uma bagunça", diz. Andreazza perdeu a disputa para Paulo Maluf, mas, o assessor ingressou de vez na política. No PDS (depois PFL) se engajou na emancipação política de Brasília. Foi três vezes deputado distrital até sair como suplente de Joaquim Roriz (PMDB) ao Senado.
E novamente foi ungido pelas circunstâncias: envolvido na Operação Aquarela, da Polícia Federal, em que era acusado de partilhar propina com um ex-executivo do BRB, Roriz renunciou e deixou o caminho aberto para o suplente.

Inquérito
Argello assumiu no auge do escândalo que tirou Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência e quase lhe custou o mandato. O próprio petebista passou a responder a inquérito no STF por crimes como peculato e apropriação indébita.
Depois de uma estreia tímida no parlamento, graças às denúncias, foi ganhando espaço pela articulação de bastidores. Foi fundamental para cabalar votos a favor de Renan, atuação que lhe valeu o posto de um dos homens de confiança do líder do PMDB.
Na última eleição da Mesa, foi fundamental na costura da vitória de José Sarney (PMDB-AP) e, na crise que se instalou na Casa, trabalha pela manutenção do presidente. (VERA MAGALHÃES)


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