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Jungmann critica relatório dos 30 e expõe racha na CPI
Vice-presidente da CPI diz ter provas contra 80% e que negar isso é "esquentar pizza"
Declaração foi uma reação a possível relatório com só 30 nomes; Lando rebateu e afirmou que os listados por Vedoin serão analisados
ADRIANO CEOLIN
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O vice-presidente da CPI dos
Sanguessugas, deputado Raul
Jungmann (PPS-PE), criticou
ontem a possibilidade de um
acordo político para salvar parte dos parlamentares apontados pelo empresário Luiz Antonio Vedoin como beneficiários
da máfia das ambulâncias.
"Volto a afirmar que existem
provas materiais contra 80%
dos parlamentares sob investigação", disse. "Quem nega isso
está querendo ligar o forno para preparar a pizza."
As declarações de Jungmann
referem-se à informação publicada ontem pela Folha de que
o relatório parcial -a ser entregue no dia 9- deverá ter nomes de até 30 parlamentares.
Questionado, o relator da
CPI, senador Amir Lando
(PMDB-RO), rebateu, afirmando que todos os nomes listados
por Vedoin não deixarão de ser
analisados. "Serei um espelho
da documentação, não vou passar a borracha em nada", disse.
Jungmann admitiu que a
CPI está sofrendo, no atual
momento, "uma inevitável politização". "Isso é natural. No
entanto, não existe divisão no
sentido da busca de resultados", concluiu.
Segundo o deputado federal
Carlos Sampaio (PSDB-SP),
sub-relator de sistematização e
controle da CPI, até domingo
ele terá em mãos a lista completa dos parlamentares que,
comprovadamente, participaram do esquema.
Sampaio afirmou que alguns
parlamentares foram incluídos
na lista de sanguessugas injustamente. Disse ainda que, só
após terminar de ler os depoimentos dos assessores, poderá
afirmar quem são "os marginais travestidos de deputados".
Nomes da CGU
O presidente da CPI, Antonio
Carlos Biscaia (PT-RJ), combinou com o ministro Jorge Hage, da CGU (Controladoria Geral da União) que, até a terça-feira, terá acesso completo à investigação relacionada à venda
de ambulâncias. Isso incluiu as
licitações de que a máfia participou em todo o país.
Na terça-feira também, Biscaia decidirá com os demais integrantes da CPI o caso dos
quatro parlamentares que, segundo a CGU, têm de ser investigados. Levantamento da Controladoria mostrou que emendas apresentadas por eles resultaram em compras de ambulâncias pela Planam.
A CPI está dividida sobre isso. Anteontem, depois de reunir-se com Hage, Sampaio afirmou que o levantamento da
CGU foi apenas de "caráter estatístico" e "não investigativo",
portanto os quatro parlamentares não deveriam ser notificados ou investigados.
Porém, Jungmann e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) -outro sub-relator- pensam o contrário. "Mas vamos
decidir sobre o caso dos quatro
parlamentares com o presidente Biscaia", disse.
Esforço
Em São Paulo, o presidente
da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B), afirmou
que o calendário eleitoral não
pode ser utilizado como pretexto para que as "graves" denúncias contra os parlamentares não sejam investigadas.
"Deve haver um julgamento
equilibrado, justo, mas rigoroso. Acho que a Câmara tem o
dever não só de se debruçar sobre as denúncias mas também
de promover um esforço necessário para fazer uma reforma
política que ajude a enfrentar a
situação de maneira mais permanente", disse.
Jogando para o eleitor papel
de julgar os parlamentares envolvidos no caso dos sanguessugas, Aldo disse acreditar que
pode haver uma renovação
maior na eleição deste ano, mas
que a crise atual não se diferencia de outras.
Colaboraram ROGÉRIO PAGNAN, da Reportagem Local, e LEANDRO BEGUOCI, Enviado Especial a Itapira E Mogi Mirim
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