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Vedoin diz que pagou emissário de petista
Dono da Planam afirma em depoimento que ex-secretário de Nova Iguaçu (RJ) recebeu R$ 32 mil em nome de Lindberg Farias
André Ceciliano, que hoje é prefeito de Paracambi (RJ), nega envolvimento com máfia dos sanguessugas, mas diz conhecer os Vedoin
RAPHAEL GOMIDE
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Em nome do prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias
(PT), o secretário identificado
apenas como André recebeu R$
32 mil do esquema sanguessuga, disse em depoimento à Justiça Federal o empresário Luiz
Antonio Vedoin, um dos proprietários da Planam.
O secretário municipal de
Administração se chama Juarez Barroso. O único André que
integrou o secretariado de
Lindberg é André Ceciliano
(PT), hoje prefeito petista de
Paracambi (Baixada Fluminense). Ex-secretário de Governo de Lindberg, André Ceciliano havia sido citado 29 linhas antes na mesma página do
depoimento. Vedoin afirma
que ele recebera R$ 15 mil em
dinheiro neste ano, no estacionamento da Assembléia do Rio.
Segundo o depoimento, quem
entregou o dinheiro ao prefeito
foi Ricardo Waldman, dono de
empresa de fachada da Planam.
O acordo em Nova Iguaçu estava relacionado à compra de
seis ambulâncias, no valor total
de R$ 400 mil (R$ 379,2 mil,
conforme a prefeitura), conforme disse o dono da Planam.
"A negociação se deu junto ao
secretário de Administração,
André, que falava em nome do
prefeito Lindberg Farias; que o
valor de R$ 32 mil, correspondente a 8% do valor, foi entregue por Nilton Simões, em
mãos e espécie, para André",
acusou Vedoin ao depor.
Prefeito em Paracambi (a 75
km do Rio) no período entre
2001 e 2004, Ceciliano não se
reelegeu, mas obteve na Justiça
Eleitoral, em 2005, o direito de
voltar ao cargo, após impugnar
a candidatura do vencedor.
Quando esteve fora da prefeitura, trabalhou de janeiro a maio
de 2005 como secretário de Governo em Nova Iguaçu.
Lindberg negou envolvimento e disse não acreditar que o
ex-secretário tivesse envolvido
com a máfia. Ceciliano admitiu
ontem à Folha ter conhecido,
em Brasília, Luiz Antonio e
Darcy Vedoin. Disse também
ter conhecido Nilton Simões,
que representava a empresa
junto a políticos e municípios.
O prefeito também contou
que os Vedoin e Simões estiveram em Paracambi para fazer
lobby, mas ele nunca os teria
recebido na prefeitura. "Eles
estavam em Brasília direto, e
eu ia lá, como todo prefeito, pedir dinheiro em emendas para
saneamento, desenvolvimento
econômico e saúde", afirmou.
O prefeito disse que há contradições nos depoimentos à
Justiça e à CPI. Segundo ele,
em um depoimento é acusado
de ter recebido R$ 15 mil em
mãos. No outro, o dinheiro teria sido entregue a uma mulher
conhecida como Maria José,
que seria assessora do deputado Itamar Serpa (PSDB-RJ).
Maria José é apontada por
Vedoin como representante de
prefeitos da Baixada Fluminense no esquema fraudulento. A Folha não conseguiu ontem localizar Serpa. Eleito vice-prefeito de Nova Iguaçu, ele
continuou na Câmara e não assumiu a vice-prefeitura.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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