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Agência influencia lucro das empresas
Além de definirem as tarifas dos serviços, essas instituições moldam as decisões de investimento das concessionárias
Decisão da Anatel definiu predomínio da tecnologia GSM; Aneel determinou queda na rentabilidade de empresas de transmissão
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As decisões das agências têm
impacto direto nos interesses
de grandes grupos econômicos.
Além de definirem as tarifas
dos serviços, fundamental na
geração de receita das empresas, elas influenciam as decisões das concessionárias.
Em 2000, a Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) definiu que as novas operadoras de telefonia celular que
entrassem no país usariam a
freqüência de 1.800 MHz. A decisão foi fundamental para que
a tecnologia GSM se tornasse
predominante em detrimento
da CDMA: por trás de cada tecnologia há determinados fornecedores de equipamentos.
No ano passado, a Anatel definiu as regras para a licitação
de faixas de freqüência para
fornecimento de acesso a internet em alta velocidade sem fio e
impediu as concessionárias de
telefonia fixa (Telefônica, Brasil Telecom e Telemar) de comprar faixas de freqüência nas
suas áreas de concessão. A decisão contrariou os três grupos,
que entraram na Justiça contra
a licitação, que está parada.
Na área de energia, a Aneel
(Agência Nacional de Energia
Elétrica) redefiniu a quantidade de energia que cada termelétrica a gás natural poderia gerar. Devido à falta de gás natural, a decisão da agência significou uma retirada do mercado
de 3.600 MW (megawatts), que
não poderiam ser gerados se
fosse necessário. Com menos
oferta de energia, o preço subiu.
Grandes empresas que usam o
mercado de curto prazo para
fechar contratos de compra de
energia foram afetadas.
Em outra decisão, a agência
reduziu a Receita Anual Permitida das transmissoras de energia, o que reduziu as tarifas pagas pelos usuários do sistema,
mas gerou protestos de empresas de transmissão, que acusaram perda de rentabilidade.
Na área de ferrovias, a ANTT
decidiu que a Vale do Rio Doce
tinha de sair do grupo de controle da ferrovia MRS -que liga
a região produtora de minério
de Minas aos portos de Santos,
Rio e Sepetiba. Assim ganharam mais força os grupos CSN,
Usiminas e Gerdau.
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