São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002 |
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PAINEL Toque de recolher O crescimento de José Serra nas pesquisas fez acender a luz amarela na tesouraria do comitê de Ciro Gomes, que está com dinheiro contado. Teme-se uma debandada de financiadores, que voltaram a acreditar que o candidato tucano é o anti-Lula. Braços financeiros Tasso Jereissati (PSDB) e Jorge Bornhausen (PFL) entraram em campo para evitar a "descapitalização" da campanha de Ciro. Após se reunirem com o candidato, iniciaram uma nova série de contatos com empresários. Rearranjo A subida de Serra também preocupa o PT. A sigla avaliava que, com a polarização Lula-Ciro, o petista herdaria preferência de boa parte da elite de SP. Com Serra no páreo, tudo muda. Bombardeio aliado Foi só Ciro cair nas pesquisas que as divergências na Frente Trabalhista emergiram. O PTB diz que a campanha está sem comando e reclama de Tasso e de ACM. O baiano culpa a equipe de marketing e o PPS diz que o problema é que a candidatura, com o PFL, ficou muito à direita. Operação colagem Serra conseguiu, com o horário eleitoral, voltar a ser o "candidato do governo". No Ibope, pela primeira vez desde junho ficou em primeiro entre os que consideram como ótima/boa a gestão FHC: está com 29% (tinha 19%), contra 24% de Ciro (32%) e 23% de Lula (23%). Efeito gangorra O PT insistirá nos ataques a Serra. Quer evitar que o tucano ultrapasse Ciro e dispare nas pesquisas. O ideal petista é que os dois disputem palmo a palmo o segundo lugar até o fim. Outra prática No debate da Confederação Nacional da Agricultura, Serra prometeu criar o seguro-safra. Projeto do deputado Rubens Bueno (PPS) já prevê tal benefício, mas a base do governo na Câmara impediu a votação. Agenda reservada José Alencar (PL) foi procurado pelo Banco Mundial para um café da manhã hoje em SP. O vice de Lula se encontrará com Assaad Jabre, vice-presidente mundial do IFC, órgão do Bird. O banco pediu a ele que não divulgasse o encontro à imprensa. Um e outro Ao mesmo tempo que tenta esconder FHC de sua campanha em Minas Gerais, o tucano Aécio Neves leva Itamar Franco ao seu programa eleitoral de TV. Carapuça Maluf (PPB) entrou no TRE com pedido de resposta no programa do PSDB, que dizia que "Alckmin nunca esteve envolvido com superfaturamento e contas em paraíso fiscal". Moralização trabalhista Partidos políticos e candidatos terão de recolher INSS dos cabos eleitorais contratados a partir desta eleição. A decisão do Ministério da Previdência foi publicada ontem no Diário Oficial. Os últimos moicanos A Coordenação Nacional dos Servidores Federais fez ato no Congresso para divulgar propostas para fortalecer o serviço público. Os presidenciáveis foram convidados. Apenas Zé Maria (PSTU) e Rui Pimenta (PCO) mandaram representantes. Franco-atirador De Garotinho (PSB), dizendo que Lula, nos anos 80, chamava José Sarney de "grileiro" e agora recebe de braços abertos o apoio do senador: "Será que o Sarney devolveu as terras? Ou o Lula também virou grileiro?". Visita à Folha Gabriel Chalita, secretário de Estado da Educação de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Milú Villela, presidente do MAM (Museu de Arte Moderna de SP), do Instituto Itaú Cultural e do Instituto Brasil Voluntário Faça Parte, e de Carlos Magagnini, coordenador de imprensa da secretaria. TIROTEIO De Roberto Jefferson, líder do PTB, sobre pesquisa do Ibope que registrou empate técnico entre Ciro e Serra e referindo-se à denúncia de fraude nas eleições de 1982 ao governo do Rio: - Só se eu estiver cego. Não estou vendo esse crescimento todo do Serra. Para mim, trata-se do Proconsult versão 2002. CONTRAPONTO Maldade eleitoral
O humor do candidato tucano
à Presidência da República, José
Serra, é sempre tema de piadas
entre seus amigos e inimigos.
Até mesmo o presidente Fernando Henrique Cardoso costuma espezinhar Serra em conversas reservadas. |
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