São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 2005

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PAINEL

Contra-ataque
José Dirceu (PT-SP) acrescenta nesta semana uma peça à defesa no processo de cassação de seu mandato. Trata-se da "Carta ao Militante Petista", documento que vai inaugurar seu site e que trará uma defesa "altiva, não envergonhada" de suas ações, do governo Lula e do PT.

Cabeça erguida
Na carta, Dirceu insistirá que não houve mensalão, e sim caixa dois para saldar compromissos de campanha, e que o PT não deveria purgar seus defeitos em praça pública nem falar em "refundação".

Engavetador-geral
Afinado com Severino Cavalcanti (PP-PE), o corregedor-geral da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), segura há 50 sessões pedido de cassação contra 14 deputados encaminhado à Mesa pelo senador Luiz Soares (MT).

Tempo esgotado
Soares pediu a abertura de processo logo após a renúncia de Valdemar Costa Neto (PL-SP). O prazo para que a Corregedoria se manifestasse sobre o pedido do senador eram 20 sessões. O regimento da Casa só prevê prorrogação por outras 20, prazo também já estourado.

Dentro da lei
Severino Cavalcanti nega que haja manobra na disposição de mandar a plenário processos contra deputados já arquivados pelo Conselho de Ética. Diz que é o regimento interno que assim determina.

Delação gratuita
Empresário do setor portuário Rio denunciou a membros do Conselho de Ética ter sido achacado pelo deputado Bispo Rodrigues (PL), que teria lhe pedido US$ 3 milhões para tratar de um projeto de seu interesse.

Esqueceram de mim
Mais um indício da pressão exercida por José Janene nas CPIs: seu assessor João Batista Genu, um dos maiores sacadores do valerioduto, ainda não foi ouvido em nenhuma comissão.

Autoridade paralela
Do economista Claudio Adilson, explicando à Executiva do PFL que é impróprio qualificar Toninho da Barcelona simplesmente como doleiro: "Ele foi o Banco Central do "black" pelo menos nos últimos cinco anos".

Sou você amanhã
O tom inflamado de Ciro Gomes sexta-feira no palanque de Lula fez crescer a especulação de que o ministro trabalha com a hipótese de vir a ser o candidato do presidente, caso este desista de disputar a reeleição em 2006.

Afinidades eletivas
Ciro, que esteve há pouco tempo com Aécio Neves, tem bom diálogo com outros dois tucanos de peso: seu padrinho Tasso Jereissati e Geraldo Alckmin. Exatamente a trinca incomodada com a possibilidade da candidatura presidencial de José Serra.

Pelo menos um
Anthony Garotinho conta com o apoio de pelo menos um dos governadores peemedebistas: em recente almoço, Joaquim Roriz (DF) defendeu a candidatura presidencial do secretário de Governo do Rio.

Hora do recreio
Em tempo de vale-tudo congressual, o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), degustava placidamente um iogurte enquanto presidia uma sessão da Casa, semana passada.

Turismo cívico
Outro sinal dos tempos: na última terça-feira, enquanto as três CPIs discutiam a agenda da semana, o doleiro Naji Nahas circulava incógnito pelos corredores do Congresso.

Espírito CFJ
Presidindo interinamente a Câmara na sexta, Maninha (PT-DF) determinou que fosse retirado das notas taquigráficas discurso de Jovino Cândido (PV-SP) contra o presidente Lula.

TIROTEIO

Do deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), sobre o volume e a falta de transparência nos gastos com cartões de crédito corporativos do governo:
-Doce era o tempo em que o PT, na oposição, fazia escândalo fiscalizando a goiabada consumida no Palácio da Alvorada.

CONTRAPONTO

Não acerta uma

O episódio da gravação da audiência preliminar da CPI dos Correios com o doleiro Toninho da Barcelona provocou uma discussão na sessão administrativa da comissão, há duas semanas, já que o teor da conversa foi parar no noticiário.
Um dos mais exaltados críticos do vazamento era o senador Sibá Machado (PT-AC):
-As investigações não podem ser assim, têm de ser quase clandestinas-, afirmou.
-Senador Sibá, aqui o senhor pode estar certo de que não haverá nada clandestino, sempre será tudo transparente-, disse o presidente da CPI, Delcídio Amaral (PT-MS).
-Mas apareceu até a imagem na televisão-, insistiu Sibá.
-Não foi imagem, senador, foi o áudio, a gravação de um diálogo-, corrigiram deputados do PSDB e do PFL.
Diante da segunda bola fora, o senador desistiu da empreitada.

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