DA REPORTAGEM LOCAL

Com as veementes afirmações de que não deixará a chapa do Campo Majoritário, apesar dos pedidos em contrário, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu praticamente selou o destino da eleição do PT: o presidente interino, Tarso Genro, deve anunciar a desistência da candidatura ao comando do partido, tendo como substituto mais provável o secretário-geral, Ricardo Berzoini.
O prazo dado pelo próprio Tarso para se definir sobre a disputa expirou ontem -sem manifestação pública de Tarso Genro-, embora ele já tenha dito a interlocutores não ter mais "vontade" de concorrer.
Enquanto cresce a pressão por uma solução para o Campo Majoritário, Tarso ficará hoje longe da sede do PT, em São Paulo. Trabalhará em seu escritório em Porto Alegre, diz a assessoria.
Na corrente, considera-se ruim começar mais uma semana com incertezas -a menos de três semanas do Processo de Eleição Direta, marcado para 18 de setembro, e às vésperas da reunião do Diretório Nacional, no próximo fim de semana.
Na campanha nos Estados, o Campo perde espaço. Com a recusa de Tarso em participar dos debates, o Campo tem ficado sem representação. Ontem, o ministro do Planejamento Paulo Bernardo (PT-PR) tentou, sem sucesso, representar a corrente em embate em Curitiba pelo comando do partido.
Candidatos da ala esquerda usaram norma interna que proíbe substituições em debates entre cabeças de chapa para impedir a participação de Bernardo, que deixou o local. O mesmo já havia acontecido com o ex-ministro Humberto Costa (PE), no debate em Recife.
A candidatura do secretário Ricardo Berzoini, em substituição à de Tarso, surge como solução rápida para o impasse. Berzoini já disse aceitar concorrer e, diferentemente do presidente interino, embora não veja como "ideal", aceitaria a permanência de José Dirceu e outros citados no escândalo do "mensalão" na chapa.

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