THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Federal de Montes Claros (MG) prendeu ontem o fazendeiro Adriano Chafik Luedy, sob acusação de participar da chacina de Felisburgo (MG), em que foram mortos cinco sem-terra em novembro do ano passado.
Ele estava foragido desde o dia 20 de maio, quando o juiz Armando Ghedini Neto, da comarca de Jequitinhonha (a 702 km de Belo Horizonte) decretou sua prisão preventiva, a pedido do Ministério Público do Estado.
Segundo o delegado-chefe da PF em Montes Claros, Daniel Souza Silva, Luedy estava no sul da Bahia, na fazenda Serra Pelada, de sua propriedade.
Silva afirma que uma equipe de cerca de 20 homens conseguiu localizá-lo por meio da mulher do fazendeiro, que se comunicava com Luedy por rádio e o visitava de 15 em 15 dias. Ontem, os policiais acamparam na fazenda e invadiram o local às 6h. "Ele estava dormindo com a mulher e os dois filhos. Ainda tentou se esconder debaixo da cama, mas não houve resistência." Luedy foi levado à delegacia de Ilhéus e seguiu para Montes Claros. Lá, foi encaminhado à cadeia pública da cidade.
O delegado disse que ele deverá ficar mais um ou dois dias no município, até que a Justiça determine se ficará preso em Jequitinhonha ou em Belo Horizonte.
Luedy, preso em dezembro, havia conseguido sua libertação por habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça) em 8 de abril.
Na mesma operação, dois acusados de terem executado o crime foram encontrados, em Itajuípe (434 km de Salvador). Um deles, Jaílton Santos Guimarães, já estava preso por furto. O outro, Erisvaldo Pólvora de Oliveira, foi trazido para Minas Gerais.
Um dos advogados de Luedy, Antônio Patente, disse que impetrará outro pedido de habeas corpus e apresentará recurso, pois não há "fato concreto" pelo qual seu cliente seja acusado. A Folha não localizou os advogados dos outros dois acusados.

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