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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Corrupção trava crescimento, diz Alckmin
Para tucano, escândalos políticos fazem Brasil perder investimentos porque criam clima de insegurança nas instituições
Após pressão de aliados, propaganda eleitoral do presidenciável do PSDB deve iniciar hoje nova fase, com críticas diretas a petista
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao comentar ontem os sinais
de que a economia brasileira
sofreu uma desaceleração no
primeiro semestre deste ano, o
candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, vinculou
o desempenho do país no setor
às denúncias de corrupção contra o governo Lula.
"Enquanto a gente não tirar
essa praga da corrupção, o Brasil não vai para frente", disse,
em campanha na cidade de Mogi das Cruzes (Grande SP). "A
corrupção espanta crédito, espanta investimento, desestimula a todos, cria um clima
horrível porque não há segurança nas instituições".
Segundo o tucano, caso se
confirme um resultado ruim do
PIB (Produto Interno Bruto)
nos primeiros seis meses deste
ano, será "um sinal vermelho
para o país".
Nova fase
A campanha de Alckmin deverá iniciar hoje uma nova fase,
na qual os ataques no horário
eleitoral ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
serão mais diretos e contundentes.
Segundo a Folha apurou, o
candidato tucano decidiu antecipar ataques que estavam programados para ir ao ar na TV e
no rádio somente após a primeira semana do mês que vem,
quando, pelo cronograma inicial, Alckmin já estaria "credenciado" a "bater" em Lula.
A mudança atende aos anseios do PFL e de parte do
PSDB, que, desde o início do
horário eleitoral gratuito de rádio e televisão, pregavam uma
tática de "desconstrução" da
imagem de Lula.
Alckmin e o responsável pela
comunicação de sua campanha, o jornalista Luiz Gonzalez,
não acreditam que as críticas a
Lula elevarão de imediato seus
índices nas pesquisas eleitorais, mas servirão ao menos para "serenar" os aliados.
Até ontem, ainda não estava
decidido se os ataques também
partirão de Alckmin, mas já estava acertado que os programas, por meio de locutores, de
depoimentos de eleitores e de
candidatos ao Congresso, elevariam o tom das críticas. Os
focos serão denúncias de corrupção, que motivaram três
CPIs para investigar os aliados
de Lula, e a gestão do petista.
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