São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2006

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Toda Mídia

Nelson de Sá


Nietzschiano

As pesquisas ecoam. Na Argentina, o "La Nación" deu página para a "lulamania" que "toma conta do Brasil" e contrasta com a "lulafobia" anterior. Para economista do ABN Amro, "a lulafobia era irracional" e "hoje o mercado já não questiona Lula". O jornal cita desde a adesão de tucanos até Hélio Schwartsman na Folha Online, dando Lula como "versão tupiniquim do Übermensch (super-homem) nietzschiano _o que não me mata me fortalece".
 
Em editorial, o "Los Angeles Times" vai além e diz que ele foi "respeitador das normas democráticas" e conseguiu caminhar "no fio entre os interesses dos negócios e aqueles dos trabalhadores pobres". Elogia o Bolsa-Família, "modelo para o resto do mundo".
"Não que ele tenha sido perfeito", encerra o "LAT", citando a "corrupção" e sobretudo a atitude "às vezes muito respeitadora com tipos como Hugo Chávez" _o que o jornal sugere mudar, "se reeleito".

thenation.com/Reprodução
"ZERO HUNGER" A tradicional revista de esquerda "The Nation" dedica sua nova edição à "comida"_e destaca, entre textos sobre fazendeiros negros e a rede Wal-Mart, uma certa "declaração do direito civil à comida" de Minas, que "inspirou o programa do presidente Lula". A revista ouve João Pedro Stedile, do MST, e derrama elogios ao "belo e simples conceito do direito de comer" http://www.thenation.com/doc/20060911/fmlappe


"Onde está você, William?", perguntou Fátima Bernardes ao enviado a Pernambuco

BONNER, O VERMELHO
A campanha arrefece, com as pesquisas e agora com William Bonner, de camiseta vermelha, transmitindo o "Jornal Nacional" de Pernambuco, Estado natal de Lula. Ele, também Fátima Bernardes e até mesmo o repórter Francisco José, todos surgiram vestidos de vermelho.
Sobra como notícia, para as manchetes dos portais e dos sites, a curiosamente anacrônica disputa entre a Volks e o governo Lula. Ontem à noite, do Terra à Folha Online, "Governo só libera empréstimo se Volks mantiver fábrica no ABC", ou ainda, se chegar a "acordo com sindicato".

BONS TEMPOS
O "Financial Times" escreve hoje sobre a indústria automobilística, "Brasil busca recuperar os bons tempos". São os anos 60 e 70, de "boom".
Já entre 94 e hoje, apesar do investimento das empresas, a produção esteve "muito abaixo da capacidade" e "precisa de crescimento _algo que continua a escapar ao Brasil".

DESEQUILÍBRIO
Ontem no "FT", o relato sobre o encontro de presidentes de bancos centrais para debater globalização destacou o "temor" de que "o crescimento não beneficie a todos".
Nos países em desenvolvimento, "histórias de sucesso da globalização são mais difíceis de achar". Ex-BC, Armínio Fraga se disse "frustrado de não termos feito melhor".

QUASE
O México, parece, encerrou ontem a novela e elegeu o conservador Felipe Calderón _ainda que o populista Andrés López Obrador questione as instituições e ameace se declarar presidente paralelo, manchete do "La Jornada".
O site do "New York Times" proclamava ontem "vitória quase certa" de Calderón.

CENÁRIOS
Mas o colunista Andres Oppenheimer, do "Miami Herald", vê "cenários" negativos para os EUA na região, com a possível eleição de chavistas no Equador e na Nicarágua:
_ A onda populista radical perdeu muito de seu ímpeto, mas está longe de ter morrido.
No melhor cenário para os EUA, Lula "é reeleito facilmente e se afasta de Chávez".

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@ - Nelson de Sá


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