São Paulo, quarta-feira, 29 de agosto de 2007 |
Próximo Texto | Índice
Painel RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br Por que doeu
Em público, o Planalto fará as contemporizações de
praxe. Em privado, porém, reconhece que o resultado
do exame da denúncia do mensalão pelo Supremo
saiu pior que a encomenda, e não apenas pela homogeneidade no acolhimento da peça do procurador-geral da República. "Os debates foram especialmente
ruins para o governo", diz um jurista simpático a Lula.
Neles, os ministros avançaram no mérito de uma série de questões, contrariando o discurso das defesas
de que apenas receberiam -ou não- a denúncia. Falaram claramente em "compra de apoio" e fizeram referências explícitas à existência do mensalão. No mínimo, será difícil sustentar doravante o bordão oficial
de que ele foi invenção "das oposições e da mídia". Recuado. A nova condição de réu de Dirceu terá menos influência sobre o congresso do PT, que começa na sexta-feira, do que um cenário em que o ex-ministro tivesse se livrado das acusações. Cada um... Espera-se, a partir de agora, uma clara divisão entre os advogados: os que representam políticos querem pressa no julgamento do mensalão; os que defendem réus sem mandato nem vida partidária devem apostar no máximo prolongamento do processo, de olho na prescrição de alguns crimes. ...por si. É dado como certo, por exemplo, que o advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, entrará com embargos de declaração contra a decisão do Supremo de acolher provas que teriam sido repassadas diretamente do BC para o Ministério Público.
Acumulou. Ninguém se
habilitou a aceitar o desafio
feito entre jornalistas, advogados e assessores que acompanharam a maratona de cinco dias no Supremo: ganharia
uma bolada quem topasse fazer a "dança do siri" atrás do
relator Joaquim Barbosa, permanentemente na mira das
câmeras de televisão. Pró-ativos 2. Carmen Lúcia chegou a organizar em casa jantar de apoio a Caldas. Ontem saiu a indicação de Direito, candidato de Nelson Jobim. Não obstante a reputação conservadora, ele é considerado mais sólido do que o nome defendido pela trinca Carmen Lúcia-Lewandowsky-Tarso. "Não dá para comparar", diz um jurista. C.q.d. Delcídio Amaral (PT-MS), que presidiu a CPI dos Correios, fará pronunciamento hoje saudando o fato de o STF ter corroborado as conclusões da comissão e criticando seu partido, que o teria tratado como "pária" na época da condução dos trabalhos. Volto já. Parte dos petistas convidados para o jantar de desagravo aos mensaleiros, amanhã em São Paulo, já encontrou desculpa para dar um W.O. no evento. Na mesma hora, haverá recepção de delegações estrangeiras que vêm ao congresso do partido.
Fusão. Renato Casagrande
(PSB-ES) e Marisa Serrano
(PSDB-MS) se reúnem hoje
para definir a linha-mestra do
relatório conjunto que pedirá
a cassação do mandato de Renan Calheiros (PMDB-A). Os
dois querem unir as acusações de relações suspeitas do
presidente do Senado com o
lobista Cláudio Gontijo aos
buracos detectados em sua
evolução patrimonial.
Contraponto
Presidente da CPI dos Correios, que investigou o mensalão entre 2005 e 2006, Delcídio Amaral (PT-MS) encontrou na semana passada o relator da comissão, Osmar
Serraglio (PMDB-PR). O senador, que não via o deputado
fazia tempo, estranhou o tom loiro de seus ralos cabelos. |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |