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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Petista e tucano descumprem meta no metrô
Marta, que tem proposta de campanha rechaçada pela empresa, e Alckmin deixaram de pôr em prática o que já prometeram
Para metrô, projeto petista
é "incompatível com os fundamentos técnicos";
ex-governador prometeu linha 4 pronta para 2006
FERNANDO BARROS DE MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Alvo da mais recente polêmica entre os dois líderes da corrida à Prefeitura de São Paulo, os
investimentos na ampliação do
metrô já foram temas de promessas não cumpridas pela petista Marta Suplicy e pelo tucano Geraldo Alckmin.
Neste ano, as propostas apresentadas pela candidata esbarram ainda em relatório preparado por técnicos do metrô, e os
petistas evocam o Tribunal de
Contas do Estado para dizer
que Alckmin não investiu tudo
o que podia no sistema.
Em 2000, quando venceu a
eleição, Marta afirmou que iria
colocar dinheiro na ampliação
da rede: "O município sempre
se omitiu nesse assunto. Eu
pretendo fazer o metrô".
Dois anos depois, na Assembléia Legislativa, o então governador Alckmin afirmou, em relação à linha 4: "As obras devem
ser iniciadas ainda em 2002 para conclusão em 2006".
Nem Marta colocou dinheiro, nem Alckmin cumpriu o
prazo estipulado -a previsão
agora é 2010.
O projeto de Marta deste ano
é "incompatível com os fundamentos técnicos que orientam
o planejamento", segundo análise de especialistas do metrô, a
qual a Folha teve acesso.
Segundo o texto, as novas linhas "se sobrepõem a linhas
que já estão sendo construídas
ou são inadequadas e ocasionariam distúrbios na operação do
metrô", e "valores, prazos e
fontes de financiamento apresentados não fecham".
O projeto de Marta mais criticado é a criação da linha 6, da
Conceição até Cachoeirinha.
"Com esse traçado, a população da Vila Nova Cachoeirinha
para chegar ao centro, destino
da maioria dos passageiros da
região, conforme levantado pela pesquisa Origem e Destino,
teria de fazer viagem negativa,
passando por Pinheiros", afirma o texto.
Se eleita, Marta promete que
a prefeitura investirá R$ 490
milhões por ano no metrô e outros R$ 490 milhões viriam do
governo federal. Pela proposta
petista, o governo do Estado investiria R$ 980 milhões anuais.
O metrô argumenta que o
Estado precisaria retirar esse
valor anual do atual Plano de
Expansão, o que "implicaria
paralisar obras".
No relatório do Plano de Expansão do Estado, o investido
está em R$ 965,6 milhões até
2006 (valores atualizados) na
linha 4 do metrô. Portanto,
ainda inferior ao valor anunciado por Alckmin em 2002.
Com base em análises do
TCE sobre o PPA (Plano Plurianual) do Estado de 2003 a
2007, a liderança do PT na Assembléia também diz que a
execução orçamentária do ex-governador para a linha 4 do
metrô ficou abaixo das metas.
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