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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
O debate sou eu
Depois de dias de expectativa e muita desinformação, acabou prevalecendo, além da natural indisposição de Lula para ser questionado, a avaliação do presidente da República de que, sem a sua presença, a audiência do debate da Rede Globo seria "pífia", o que
eliminaria as chances de prejuízo eleitoral com o
W.O. anunciado de última hora. "Quem vai agüentar
duas horas de Cristovam Buarque?", perguntava em
tom jocoso, no final da tarde, um assessor palaciano.
A campanha de Geraldo Alckmin, porém, avalia que
tem uma chance de rir por último. Pelo tom duro da
reportagem no "Jornal Nacional", aposta que Lula pagará um preço por tentar "fazer todo mundo de bobo",
nas palavras de um dirigente tucano.
Crença. Na campanha de
Alckmin o clima é de otimismo. O cientista político Antonio Lavareda apresentou ao
PFL e ao PSDB pesquisa de
campo em que a votação de
Lula e a da soma dos adversários é rigorosamente igual.
Torcida. A equipe de Lula
comemorou discretamente a
notícia de que Hamilton Lacerda, ex-coordenador de comunicação de Aloizio Mercadante ao governo paulista, levou dinheiro para comprar o
dossiê dos Vedoin. Para lulistas, a acusação reforça a versão de "trama paulista".
Quinto elemento. O depoimento de Lacerda hoje à
Polícia Federal será acompanhado por um procurador
eleitoral. Sua presença servirá
para identificar eventual crime da campanha de Mercadante na compra do dossiê.
Ufa! No entorno de Mercadante, há gente acendendo
vela para agradecer o fato de
que, até agora, Lacerda é o
único entre os assessores do
candidato petista com digitais
identificadas no escândalo.
Longe. O PT paulista tenta
caracterizar Lacerda como
"assessor", quando, na verdade, trata-se de um dirigente:
além de coordenar a macrorregião do ABC, chefiou a vitória de Mercadante nas prévias
da sigla contra Marta Suplicy.
Álibi. Os petistas ligados à
ex-prefeita não se cansam de
lembrar que, desde o início da
campanha, Mercadante centralizou o poder nas mãos de
seus aliados mais próximos.
Sindical. O pano de fundo
da nota com críticas à "politização" da PF emitida pela federação de delegados da instituição é uma antiga reivindicação salarial. Os policiais não
engoliram seu reajuste de
30% -a promessa era de 60%.
Disputa 1. Se a discussão
do pedido de impeachment de
Lula for reaberta na OAB no
início de 2007, como quer o
atual presidente, Roberto Busato, ela será feita sob nova
composição da direção da entidade. Haverá eleição de conselheiros em novembro e de
presidente em fevereiro.
Disputa 2. Entre os favoritos para substituir Busato na
presidência da OAB estão seu
vice e crítico do governo, Aristóteles Atheniense, e o secretário-geral do conselho federal da ordem, Cezar Britto,
que não compartilha do mesmo discurso contra Lula.
Chove chuva. Aliados do
governador Paulo Souto
(PFL), candidato a reeleição,
comemoram as chuvas que
castigam a Bahia. Os carlistas
crêem que o mau tempo impede a militância do PT de ir
às ruas, freando o crescimento de Jaques Wagner.
Sem recibo 1. Candidato
a deputado estadual em São
Paulo, Fausto Miguel Martello (PDT) tem prometido 30
litros de gasolina por semana
ao eleitor que colar seus adesivos de campanha no veículo.
Sem recibo 2. Os carros
são abastecidos por bomba de
combustível que fica dentro
de uma pedreira na região de
Guarulhos. Uma equipe de TV
registrou a colagem dos adesivos e os veículos no instante
do abastecimento.
Tiroteio
"É perda de tempo dar atenção à postura
prepotente e arrogante de um presidente
mistificador. Ele acha que inventou o Brasil."
De ITAMAR FRANCO sobre a afirmação de Lula, repetida anteontem
em entrevista à TV Record, de que José Sarney (PMDB-AP) seria o único
ex-presidente do país que sabe se portar como tal.
Contraponto
Zelig
O deputado federal José Eduardo Cardozo fazia campanha em Ubatuba quando decidiu parar para almoçar num
restaurante. Ao entrar no local, acompanhado de assessores, o petista foi abordado por um eleitor:
-Aécio, o que você faz em São Paulo? -disse o homem,
confundindo o deputado com o governador mineiro, do
PSDB, graças a alguma semelhança física entre os dois.
De bate-pronto, Cardozo vestiu a carapuça:
-Estou aqui para apoiar mais uma candidatura a deputado de José Eduardo Cardozo, conhece? Eu recomendo!
O petista só explicou a piada quando o eleitor perguntou que número deveria digitar na urna.
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