São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

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comentário

Na 'escolinha de Bonner', todos contra um

NELSON DE SÁ
COLUNISTA DA FOLHA

No fim, o maior ataque a Lula ontem não ocorreu no debate nem foi de candidato. Foi de William Bonner no "JN", ele que depois de muito ralhar fechou dizendo que "a Rede Globo lamenta profundamente a decisão do candidato Lula".
Este fugiu, e o debate sem ele mostrou um acordo de cavalheiros entre Geraldo Alckmin e Cristóvam Buarque -com elogios de lado a lado e frases como "concordo plenamente".
Cristóvam deixou até a educação de lado e falou sem trégua de corrupção, tratando toda ação de Lula como tal, inclusive "faltar ao debate". Ameaçou com risco de impeachment e defendeu um segundo turno.
Heloísa Helena, em contraste, buscou questionar Alckmin aqui e ali, após atacar Lula. Mas transpareceu muita tensão, em especial nos primeiros blocos.
A pergunta à cadeira vazia se mostrou de impacto inferior ao esperado. Cristóvam ainda fez, olhando para a câmera, mas Heloísa se perdeu com o tempo, não formulou e terminou repreendida pelo mediador -antes bedel do que jornalista.
Alckmin, protagonista, evitou uma primeira vez, depois fez por não ter alternativa, mas também deixou passar o tempo e fechou sem maior impacto. Mais importante, porém, Lula e a corrupção estiveram presentes em quase todas as intervenções, como um bate-estaca.
Registre-se que o formato, com o mediador chamando a um "púlpito", num vaivém que confundia candidatos e audiência fez tudo soar como uma "escolinha do professor Bonner".


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