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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Pivô de confrontos, Kassab polariza com Alckmin e com Marta em debate
Na disputa pelo quarto lugar, Maluf e Soninha travaram embate sobre fidelidade partidária e maconha
Joel Silva/Folha Imagem
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Maluf (PP), Soninha (PPS), Alckmin (PSDB), Marta (PT), o mediador Celso Freitas, Ciro Moura (PTC), Reichmann (PMN), Ivan Valente (PSOL) e Kassab (DEM)
DA REPORTAGEM LOCAL
Os enfrentamentos entre os
candidatos à Prefeitura de São
Paulo no debate da TV Record,
ontem, refletiram o acirramento da disputa a uma semana da
votação do primeiro turno.
Num clima mais quente do
que nos dois encontros anteriores -houve vários bate-bocas-, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) dividiu-se em embates com Marta Suplicy (PT) e
com seu adversário na luta pela
segunda vaga no segundo turno, Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo o Datafolha, a petista lidera com 37%, o prefeito do
DEM tem 24% e o tucano, 20%.
O clima esquentou já no primeiro bloco, em que os candidatos se apresentaram e responderam a perguntas de jornalistas da emissora. Kassab foi
questionado sobre sua relação
com antigos aliados, como Paulo Maluf (PP) e o ex-prefeito
Celso Pitta, e com os novos, como Orestes Quércia (PMDB).
Alckmin foi escolhido para
fazer o comentário e partiu para cima do oponente. Kassab
respondeu no mesmo tom.
Afirmou ainda ter sido procurado pelo tucano antes das definições das candidaturas: "Ele
chegou a me convidar para indicar seu vice e até para ser candidato a governador", disse.
Alckmin teve de usar o tempo de resposta de uma pergunta feita por Renato Reichmann
(PMN), já no bloco seguinte,
para voltar ao assunto. "Kassab
ataca quando não tenho mais
direito de resposta", acusou.
Marta manteve sua estratégia de atacar a gestão Kassab.
Usou suas intervenções para
para repetir que o prefeito "copia" suas propostas. Ao citar
seu plano de dar internet de
graça, disparou contra aliados
do adversário e seu partido. "O
papagaio da Bahia já prometeu
isso [internet de graça]", afirmou a ex-prefeita, referindo-se
a ACM Neto (DEM), que disputa a sucessão em Salvador.
Alckmin seguiu criticando
Kassab e o déficit de creches na
cidade. O prefeito já respondeu
com um "você está mal informado" e atacou a administração de Alckmin no Estado.
Houve outra batalha particular. Paulo Maluf (PP) e Soninha
(PPS), empatados tecnicamente na quarta posição nas pesquisas, com 6% e 4%, respectivamente, discutiram bastante.
Maluf insistia na ironia ao criticar o fato de Soninha, ex-petista, ter mudado de partido.
Nos embates seguintes, Maluf chegou a mostrar a capa de
uma revista na qual Soninha
admitia ter fumado maconha.
Ele foi repreendido pelo mediador Celso Freitas, que lembrou ser proibida a exibição de
documentos e materiais.
No terceiro bloco, os confrontos se repetiram. Alckmin
aproveitou o tempo para negar
que tinha convidado o prefeito
para ser "governador do Estado". Kassab explorou o fato de
Pitta estar hoje no PTB, sigla
que apóia Alckmin.
Kassab ainda aproveitou
uma pergunta a Ivan Valente
(PSOL) para criticar o projeto
de internet de graça de Marta.
Ouviu novas associações de sua
imagem à gestão de Pitta. O nome do ex-prefeito, aliás, foi um
dos mais citados no encontro.
Esse foi o terceiro debate da
sucessão paulistana -os anteriores foram na TV Bandeirantes. Participaram do encontro
de ontem, 8 dos 11 candidatos
-só aqueles cujos partidos elegeram deputados federais. Os
candidatos negociam a realização de um quarto debate, quinta-feira, na TV Globo, o último
antes do primeiro turno, no
próximo domingo.
Após o debate, os concorrentes continuaram se provocando. "O eleitor ficou surpreso
com o desempenho do Kassab,
porque na propaganda é um,
aqui a gente viu toda a sua fragilidade", afirmou Marta.
"Estamos mostrando de
quais partidos os candidatos
são e as diferenças entre nós e
eles", disse Alckmin.
"Foi importante para ver como meus adversários se comportam na adversidade", analisou Kassab.
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