São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2008

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Porto seguro

Em longa reportagem no "Financial Times" e também por "Independent" e Reuters, os emergentes voltaram a ser apresentados no fim de semana como "a esperança e o alvo" dos investidores. Rússia, Brasil, Índia e os países do Golfo, pela ordem, "vão provavelmente servir de portos na tempestade nos próximos meses", abriu o texto do "FT", para investidores "movendo dinheiro das ações americanas por temor quanto à força da economia dos EUA".
O Brasil é dado como "exemplo" por suas reservas -e porque a crise até "pode ter vindo em boa hora, ajudando a esfriar a economia brasileira". O país estaria "muito à frente dos outros no combate à inflação", mas a Rússia está no topo da lista dos investidores por ter as ações mais baratas no momento. O texto registra a previsão de que os Brics vão responder por 75% do crescimento global no ano que vem.

COMEÇA A SENTIR
A agência Xinhua é menos otimista e, ontem, escrevia que "o Brasil começa a se ressentir da crise". É o que "especialistas" daqui estariam prevendo para 2009, com desaceleração. Mas "até agora o Brasil tem suportado bem". Aliás, "a demanda na Ásia beneficia a América Latina".

SUL-NORTE
Por outro lado, a agência chinesa noticiou no sábado o encontro do chanceler chinês com os colegas de Índia, Brasil, África do Sul e México, para conversas sobre a "estabilidade financeira" e a "segurança alimentar", visando a cooperação Sul-Sul e também o "diálogo Sul-Norte".

OS TAIKONAUTAS
chinadaily.com.cn
Na home do estatal "China Daily", abrindo foto do passeio espacial com a bandeira vermelha, a missão "histórica". O site traz vídeos da CCTV e declarações dos líderes de que o país está "comprometido com o uso pacífico do espaço". A Xinhua registra as congratulações do Brasil, "como parceiro da China" no programa

EVANESCENTE
ft.com
Abrindo a foto ao lado, o "Financial Times" deu o especial "O caminho evanescente de Washington: Como o pacote envenena a receita de livre mercado no mundo". Defensores da liberalização se escudam no Brasil. Diz um que a "criatividade financeira" pode voltar, a partir daqui. E John Williamson, do Consenso de Washington, apela a Lula para afirmar que alguns de seus preceitos, como disciplina fiscal, deram resultado

MAIS UMA CHANCE
Em destaque no "China Daily", saiu o acordo para o resgate do mercado financeiro "cujo colapso poderia mergulhar os EUA em depressão profunda".
Foi manchete nos americanos "New York Times", "Wall Street Journal", "Washington Post", falando em "apoio tentativo" ao pacote, para votação amanhã.
No britânico "Financial Times", o enunciado sublinhava que, pelo acordo, "o setor de serviços financeiros", quer dizer, os bancos, "podem ser forçados a reembolsar o governo por qualquer perda". Diferente daqui.

LULA E O PACOTE
No alto do Drudge Report, "Presidente do Brasil chama o plano de injusto com os pobres...". Era despacho da AP, com declarações como "eles querem ajudar os bancos" com US$ 700 bilhões e "nada para os pobres que perderam as suas casas".

E OBAMA
A BBC Brasil entrevistou Bill Richardson, governador do Novo México. Chamou Lula de "importante figura internacional" que "será um grande amigo de Obama em temas globais". Diz querer "dar mais atenção a Brasil, Argentina e Chile".

NUNCA
Ontem no topo das buscas de Brasil pelo Google News, Stan Lehman, da Associated Press, noticiou que o governo brasileiro prometeu indenização ao pastor americano "preso e torturado em 74 pela ditadura militar". Destaca que, "diferente de nações como Argentina e Chile, o Brasil nunca processou membro das Forças Armadas por abuso dos direitos humanos em sua ditadura".



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