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TENSÃO
Pedido visa tirar ex-garimpeiros do cerco que fazem desde quinta-feira passada à agência da CEF em Marabá
Justiça pede intervenção do Exército no PA
LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém
A Justiça Federal em Marabá
(PA) pediu a intervenção do Exército para a retirada dos ex-garimpeiros de Serra Pelada que cercam
desde a última quinta-feira a agência da CEF (Caixa Econômica Federal) na cidade.
O pedido da Justiça Federal foi
encaminhado ao ministro Renan
Calheiros (Justiça) na última sexta-feira, no final da tarde.
Ontem, os garimpeiros, que estão acampados na praça em frente
à agência há dois meses, decidiram em assembléia liberar o funcionamento do Banco do Brasil,
que também não tinha expediente
desde a última quinta-feira.
"Nós não estamos querendo
impedir ninguém de trabalhar,
mas queremos que a Caixa diga
quando vai pagar o que deve", disse um dos líderes dos garimpeiros
Luiz da Mata.
O Banco do Brasil deve abrir
normalmente hoje às 9h30, mas o
bloqueio à CEF continuará.
Quanto a uma possível intervenção do Exército, Luiz da Mata não
acredita que possa haver confronto. "A maioria aqui é de pessoas
já com idade, ninguém quer brigar", disse o líder.
Segundo o tenente-coronel Marco Antonio Soares de Melo, nenhum pedido oficial foi feito ao
Batalhão de Infantaria de Marabá.
A dívida
Os ex-garimpeiros reivindicam
o pagamento individualizado de
R$ 120 milhões, referentes ao paládio, sobra de 911 quilos de ouro
extraído no início dos anos 80.
Eles repudiam o pagamento direto
à Coomigasp (Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra
Pelada).
Os manifestantes de Marabá alegam que a Coomigasp não tem o
direito de receber o dinheiro
-afirmam que a decisão do repasse é ilegítima.
O grupo acabou recebendo um
parecer favorável da Procuradoria
Geral da República, que concorda
com o pagamento para cada garimpeiro. Mesmo assim, segundo
o gerente-geral da CEF, Silvani
César Navarro, o repasse do dinheiro pode demorar anos.
Os ex-garimpeiros acamparam
na praça em frente às agências há
dois meses e só pretendem sair
após receber o dinheiro. No último dia 17, os manifestantes, com
apoio do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra),
cercaram as agências e mantiveram os funcionários da CEF reféns
por mais de 36 horas.
A PM de Marabá mantém soldados vigiando o ex-garimpeiros.
Na última sexta-feira, um grupo
ligado à cooperativa fechou um laboratório de pesquisa da Vale do
Rio Doce, destruindo uma cerca.
Ontem, segundo a Polícia Militar, apenas uma dezena de manifestantes ainda se encontrava no
local, mas não houve expediente
na seção.
A diretora da Secretaria da Subseção Judiciária da Justiça Federal
em Marabá, Estrela Bohadana Rodrigues, informou que já foi emitido um interdito proibitório para
um possível bloqueio da estrada
de ferro de Carajás, por onde escoa a produção da empresa.
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