São Paulo, segunda-feira, 29 de outubro de 2001

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PAINEL

Apoio limitado
FHC está convencido de que não terá condição para bancar sozinho o nome do candidato governista na sucessão de 2002. Vai ter de gastar muita saliva para emplacar o seu preferido.

Voto útil
José Serra tem a preferência de FHC para a sucessão. Mas o presidente vai ser pragmático na hora da decisão do nome. Ficará com aquele que reunir maiores condições políticas e eleitorais.

Plataforma esquecida
Ao lançar sua candidatura a presidente na semana passada em SP, Tasso Jereissati (PSDB) pintou um quadro cor-de-rosa do Ceará após as suas gestões. Só não disse que o Estado é o terceiro pior em distribuição de renda no Brasil, à frente apenas do Piauí e da Paraíba.

Sem medo de optar
Do deputado Antonio Pannunzio (PSDB-SP), ironizando o PT: "É salutar para o PSDB ter pelo menos dois nomes à Presidência. Não é como outros partidos, que têm o mesmo candidato há 16 anos e, quando aparece outro, ele é torpedeado no interior da própria sigla".

Com sede ao pote
Novo ministro da Integração Nacional, Ney Suassuna (PMDB-PB) não deixou ninguém de seu gabinete sair para almoçar na quinta-feira. Adepto do lema "um ano em um mês", comprou umas quentinhas e distribuiu aos auxiliares.

Calendário eleitoral
Aliados de Itamar Franco podem entrar na Justiça caso a direção governista do PMDB decida adiar as prévias presidenciais, marcadas para janeiro.

Primeiras impressões
O novo diretor de Comunicação Social do Senado, Mário Marona, ex-Globo, levanta os serviços do órgão para estudar possíveis cortes. Descobriu que o Senado imprime CDs e edita jornalzinho interno. Há cerca de 500 funcionários no setor.

Bons antecedentes
Luiz Estevão achou "paradoxal" o Conselho de Ética do Senado não investigar o senador Luiz Otávio porque as irregularidades teriam ocorrido antes do mandato: "Se eu tivesse dito na tribuna que tinha roubado R$ 169 mi do TRT e que era amigo desde criança do juiz Nicolau, não teria sido cassado".

Questão de ordem
"Disse a verdade e, sem provas, roubaram o meu mandato", afirma Luiz Estevão. O ex-senador aguardará o desfecho da ação penal a que responde em SP antes de tentar reverter a sua cassação. Diz que há indícios de violação e alteração dos votos.

Embaixo do nariz...
"Se fosse uma cobra, ela picaria você". Com essa frase o senador democrata norte-americano Zell Miller, da Georgia, abriu artigo publicado no jornal "Miami Herald", dizendo que o perigo do terrorismo não se encontra num mundo distante, mas "bem debaixo do nariz" de Tio Sam.

...na terra sem lei
Segundo Zell Miller, o perigo está na fronteira de Argentina, Brasil e Paraguai, "um lugar sem lei onde integrantes do Hamas e Hezbollah, além de membros de outros grupos terroristas ligados a Osama bin Laden, estão provavelmente planejando outros ataques terroristas".

Decisão no voto
Aécio Neves deve colocar em votação nesta semana projeto que restringe a imunidade parlamentar, texto sem consenso entre os líderes: "Consenso absoluto não existe. Vamos para o voto. Está mais do que na hora".

Herança autoritária
O senador Roberto Freire defende o fim da exigência de que os candidatos estejam filiados a algum partido político um ano antes da eleição. Segundo ele, a regra cassou 100 milhões de brasileiros. "Como pode ser considerada progressista uma regra criada pela ditadura militar?"

TIROTEIO

Do ex-governador Cristovam Buarque (PT-DF), ao analisar os pré-candidatos a presidente:
- A esquerda tem candidatos com causa e outros sem causa. Itamar Franco só tem uma: a soberania nacional. Ciro Gomes e Anthony Garotinho não têm nenhuma. Respeito mais um nome de direita com causa do que um de esquerda sem.

CONTRAPONTO

Cota preenchida

Quando montava o ministério, em 1992, Itamar Franco escolheu seu futuro consultor-geral da República, José de Castro Ferreira, como alvo de um tipo de brincadeira.
Castro conta no livro "Itamar: o homem que redescobriu o Brasil" que um dos primeiros nomes que vieram à cabeça de Itamar para o ministério das Relações Exteriores foi o de Fernando Henrique Cardoso, uma escolha que já era prevista.
Num dia agitado, quando ainda se discutiam as nomeações, Itamar virou-se para Castro e perguntou:
- E as Relações Exteriores?
- É óbvio que você vai nomear FHC - respondeu Castro.
Foi o que bastou. Daí em diante, sempre que Castro mencionava um nome para qualquer ministério, Itamar disparava:
- Você, não. Você já nomeou o ministro das Relações Exteriores...


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