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DISTRITO FEDERAL
Com 49,38% dos votos, petista não reconhece derrota; peemedebista promete um "governo de conciliação"
Magela vai ao TRE contra vitória de Roriz
SANDRO LIMA
FLÁVIA SANCHES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), reeleito no segundo turno, disse que
em seu quarto mandato vai fazer
um governo de conciliação para
tentar agradar a maioria, pois teve
uma vitória apertada, e buscará
entendimento com o presidente
eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Roriz foi reeleito com 50,62%
dos votos válidos, o que equivale a
apenas 15.778 votos a mais que
Geraldo Magela (PT). O petista
não reconheceu a derrota e afirmou ontem que vai pedir a impugnação da eleição.
Magela teve 49,38% dos votos
válidos. Do total apurado, 0,94%
foram votos em branco e 2,26%,
nulos. Já a abstenção ficou em
13,68%. O Distrito Federal tem
1.518.437 eleitores.
A apuração foi novamente uma
das mais atrasadas em todo o Brasil e só terminou às 3h50 de ontem. A disputa foi voto a voto,
sendo que Roriz passou Magela
após 90% das urnas apuradas.
O governador diz que enviou
carta a Lula cumprimentando pela vitória e desejando sucesso à
administração. "Meu governo vai
estar à disposição para ajudá-lo a
governar com tranquilidade." Roriz busca aproximação com Lula
para impedir que deputados do
PT tentem convencê-lo a apoiar
investigações de denúncias de irregularidades em seu governo.
A principal investigação, conduzida pelo Ministério Público, é
referente ao conteúdo de conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal com autorização judicial que envolveriam Roriz em suposto esquema de grilagem de
terras públicas devido à sua proximidade com o empresário e deputado distrital eleito Pedro Passos (PSD). As fitas não podem ser
divulgadas por decisão judicial.
Roriz é réu em duas ações cíveis
na Justiça Federal que investigam
o parcelamento ilegal de terras e é
alvo de uma notícia-crime no STJ
(Superior Tribunal de Justiça) sobre grilagem de terras. Há no TRE
mais de 20 representações contra
Roriz a respeito de uso da máquina, sendo uma delas referente à
doação de lotes em troca de votos.
Denúncias
A Coligação Frente Brasília Esperança, que apoiou Magela, afirmou que irá usar a lei nš 9.840,
que permite a cassação de mandatos e diplomas de candidatos se
comprovada a compra de votos,
para tentar cassar o mandato de
Roriz. A coligação afirma que envelopes com dinheiro teriam sido
distribuídos na última quinta e
que no sábado camisetas do partido de Roriz teriam sido distribuídas com notas de R$ 50 em várias
regiões do DF. "Procuradores
eleitorais haviam alertado o TRE
na semana passada sobre a compra de votos", disse Magela. Roriz
nega as denúncias e diz que Magela precisa prová-las.
A coligação do PT deve entrar
até amanhã com pedido de impugnação do resultado e depois
com ações por abuso de poder
econômico e político no Tribunal
Regional Eleitoral do DF.
O PT acusa a coligação de Roriz
de transporte irregular de eleitores, distribuição de vale-transporte para eleitores e uso da Polícia
Civil que, segundo a coligação,
agiu ao mesmo tempo como fiscal
de Roriz e polícia. O PT cita o caso
de um mesário que teria sido
ameaçado por um policial civil na
cidade-satélite de Sobradinho 2.
Caso o TRE aceite o pedido de
impugnação de resultado, o processo fica anulado e é convocada
nova votação no DF. O próprio
PT acredita que esse é o caminho
mais difícil e improvável.
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