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PT lança candidatura de Tião Viana a presidente do Senado
Partido cobra reciprocidade do PMDB, já que vai apoiar Michel Temer na Câmara
Senadores peemedebistas criticam Viana e sugerem o lançamento de José Sarney (AP) e Hélio Costa (MG) para suceder Garibaldi Alves (RN)
ANDREZA MATAIS
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT deflagrou ontem o processo de sucessão à presidência
do Senado com um jantar de
desagravo ao senador Tião Viana (AC), candidato do partido,
na casa do senador Eduardo
Suplicy (SP). O encontro foi
uma resposta ao PMDB, que resiste em dar apoio ao petista.
Embalados pelo crescimento
na disputa eleitoral deste ano,
os peemedebistas tentam emplacar um nome próprio para
comandar o Senado nos próximos dois anos.
O PT cobra reciprocidade do
PMDB uma vez que irá apoiar a
candidatura do presidente do
partido, Michel Temer (SP), à
presidência da Câmara. O partido argumenta que politicamente não seria viável o PMDB
ter o comando das duas Casas.
O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria defendido a tese em jantar com a cúpula do PMDB recentemente.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR),
defendeu ontem o adiamento
dessa discussão e, ao comentar
o lançamento do nome de Tião
no jantar, disse: "Ele vai ficar
no sereno até janeiro". As eleições para as presidências da
Mesas do Senado e da Câmara
ocorrem no início de fevereiro.
"O PMDB [vai] discutir isso
só em janeiro? Acredite se quiser. É óbvio que está todo mundo conversando. Vamos partir
para buscar apoios na base. O
Senado precisa de um processo
mais unitário", disse ontem a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), que estava no jantar
em apoio a Tião Viana.
Além de não aceitar perder o
comando do Senado, caciques
do PMDB resistem a Tião Viana. Ele é criticado pela forma
como conduziu a Casa quando
Renan Calheiros (PMDB-AL)
se afastou para responder a
processos de cassação. No partido são citados José Sarney
(AP) e Hélio Costa (MG), ministro das Minas e Energia, que
voltaria ao Senado para ocupar
a vaga de Garibaldi Alves (RN).
Na Câmara, Temer intensificou as articulações para se eleger presidente da Casa. Ontem,
participou de jantar com lideranças da base aliada e da oposição na casa de Luciano Castro
(RR), líder do PR. O ministros
José Múcio (Relações Institucionais), o presidente Arlindo
Chinaglia (PT-SP) e Jucá também estiveram presentes.
Antes do jantar, Temer recebeu a visita do presidente do
PT, deputado Ricardo Berzoini
(SP) e do líder Maurício Rands
(PT-SP). Ambos garantiram
que irão apoiar Temer para a
presidência independentemente do cenário no Senado.
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