São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRANSIÇÃO

Resposta a ataques da equipe petista será tema da reunião ministerial

Presidente rebate críticas e pede "sensatez" ao PT

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso estreou de forma mais contundente a defesa de sua gestão contra as críticas que começam a ser apontadas pela equipe de transição. Ontem, ao falar de um dos principais alvos -a educação-, FHC chegou a pedir a "sensatez" da manutenção de seus programas sociais.
A cordialidade na transição, com respostas às críticas, é o principal item da pauta da última reunião interministerial do governo FHC, que ocorre hoje. Nela, os ministros devem apresentar balanços com dados que munirão o presidente para possíveis ataques ao deixar o cargo.
Em cerimônia de entrega de medalhas de mérito -a terceira em menos de 24 horas-, sugeriu que seu sucessor unifique os cadastros dos programas sociais existentes para evitar uma "redundância" dos esforços.
"Estamos marchando para a consolidação de um cadastro único das famílias carentes, de tal maneira que o conjunto de programas sociais do governo, se o próximo governo tiver a sensatez de levá-los adiante -como eu espero que tenha-, poderá ser unificado e ver-se-á, portanto, que a eficiência pode ser aumentada, evitando a redundância e, quem sabe, ampliando o apoio àqueles que mais precisam."
Anteontem, em entrevista ao jornal "Zero Hora", FHC disse que "não convém inventar a roda. Melhor é continuar a pedalar". O presidente já havia pedido um clima menos "destrutivo" na transição e reagiu quando Luiz Inácio Lula da Silva disse que herdará "um pepino". Em alusão ao Fome Zero do PT, FHC lembrou que o governo já oferece uma refeição diária a cerca de 37 milhões de crianças, por meio da merenda escolar. Segundo ele, é o "maior programa nutricional de que se tem notícia, não só no Brasil".

Qualidade na Educação
O ministro Paulo Renato Souza (Educação) deu o tom da cerimônia ao lamentar os "questionamentos sobre a qualidade na educação". Disse que a "fotografia negativa" do ensino médio, feita pela avaliação recente, seria pior sem seus programas. Ele se disse decepcionado com um artigo de Newton Lima, prefeito de São Carlos e coordenador do programa de educação do PT, sobre o fracasso educacional das escolas e a ineficácia do Fundef (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental).
A FHC, o ministro disse: "Espero que amanhã [na reunião interministerial] nós possamos ter um julgamento objetivo, com todas as informações e os dados que mostram que, além do importante avanço na cobertura do sistema educacional, nós avançamos nos aspectos qualitativos". FHC reconheceu haver "muitas deficiências" no setor, mas disse ser um sucesso ter colocado 97% das crianças na escola.
"É bom que os brasileiros aprendam também os números que nos envaidecem e não somente os números que nos entristecem." FHC afirmou que o Fundef foi um avanço importante para melhorar salários dos professores e que distribuiu, em oito anos, 1 bilhão de livros para alunos.


Texto Anterior: Siglas querem fim do PIS/Pasep em cascata
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.