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TRANSIÇÃO
Resposta a ataques da equipe petista será tema da reunião ministerial
Presidente rebate críticas e pede "sensatez" ao PT
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso estreou de forma
mais contundente a defesa de sua
gestão contra as críticas que começam a ser apontadas pela equipe de transição. Ontem, ao falar
de um dos principais alvos -a
educação-, FHC chegou a pedir
a "sensatez" da manutenção de
seus programas sociais.
A cordialidade na transição,
com respostas às críticas, é o principal item da pauta da última reunião interministerial do governo
FHC, que ocorre hoje. Nela, os
ministros devem apresentar balanços com dados que munirão o
presidente para possíveis ataques
ao deixar o cargo.
Em cerimônia de entrega de
medalhas de mérito -a terceira
em menos de 24 horas-, sugeriu
que seu sucessor unifique os cadastros dos programas sociais
existentes para evitar uma "redundância" dos esforços.
"Estamos marchando para a
consolidação de um cadastro único das famílias carentes, de tal
maneira que o conjunto de programas sociais do governo, se o
próximo governo tiver a sensatez
de levá-los adiante -como eu espero que tenha-, poderá ser unificado e ver-se-á, portanto, que a
eficiência pode ser aumentada,
evitando a redundância e, quem
sabe, ampliando o apoio àqueles
que mais precisam."
Anteontem, em entrevista ao
jornal "Zero Hora", FHC disse
que "não convém inventar a roda.
Melhor é continuar a pedalar". O
presidente já havia pedido um clima menos "destrutivo" na transição e reagiu quando Luiz Inácio
Lula da Silva disse que herdará
"um pepino". Em alusão ao Fome
Zero do PT, FHC lembrou que o
governo já oferece uma refeição
diária a cerca de 37 milhões de
crianças, por meio da merenda
escolar. Segundo ele, é o "maior
programa nutricional de que se
tem notícia, não só no Brasil".
Qualidade na Educação
O ministro Paulo Renato Souza
(Educação) deu o tom da cerimônia ao lamentar os "questionamentos sobre a qualidade na educação". Disse que a "fotografia negativa" do ensino médio, feita pela avaliação recente, seria pior
sem seus programas. Ele se disse
decepcionado com um artigo de
Newton Lima, prefeito de São
Carlos e coordenador do programa de educação do PT, sobre o
fracasso educacional das escolas e
a ineficácia do Fundef (Fundo de
Desenvolvimento do Ensino Fundamental).
A FHC, o ministro disse: "Espero que amanhã [na reunião interministerial] nós possamos ter um julgamento objetivo, com todas
as informações e os dados que
mostram que, além do importante avanço na cobertura do sistema
educacional, nós avançamos nos
aspectos qualitativos". FHC reconheceu haver "muitas deficiências" no setor, mas disse ser um sucesso ter colocado 97% das
crianças na escola.
"É bom que os brasileiros
aprendam também os números
que nos envaidecem e não somente os números que nos entristecem." FHC afirmou que o Fundef foi um avanço importante para melhorar salários dos professores e que distribuiu, em oito anos,
1 bilhão de livros para alunos.
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