São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 2002

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Mínimo de R$ 240 desestabiliza contas dos municípios, diz CNM

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O eventual aumento do salário mínimo para R$ 240 deverá desestabilizar as contas dos municípios, principalmente os das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste, segundo levantamento da CNM (Confederação Nacional de Municípios).
Documento divulgado ontem pela entidade mostra que, em média, 57% dos servidores municipais dessas regiões recebem salários inferiores a R$ 240 e, portanto, precisariam ter seus vencimentos reajustados se o mínimo for fixado nesse valor.
Em todo o país, os servidores municipais que ganham menos de R$ 240 representam 21,6% do funcionalismo empregado nos municípios. São 556 mil funcionários e estão concentrados no Nordeste, região que mantém 410 mil servidores municipais.
Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas e Paraíba são os Estados que estão na pior situação pois empregam o maior número de funcionários com renda abaixo de R$ 240.
"A sua implementação [mínimo de R$ 240", na atual situação, vai causar um forte impacto nas finanças dos municípios", alerta o documento. Nele, a confederação afirma não ser contrária ao aumento do salário mínimo, mas defende que seja consultada pelo Congresso e o governo no debate do assunto.
A CNM argumenta que a grande maioria das prefeituras está no limite do comprometimento de receita para pagamento do funcionalismo. De acordo com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), o Poder Executivo municipal só pode comprometer 54% de sua receita líquida com despesas de pessoal.
Caso o mínimo vá para R$ 240, as prefeituras serão obrigadas a aumentar os salários de seus funcionários e acabarão elevando suas despesas com pessoal. Isso faria com os prefeitos descumprissem a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Além disso, afirma a confederação, os municípios só podem aumentar despesas obrigatórias e continuadas se indicarem fontes de receita permanente para cobrir esses gastos. (JULIANNA SOFIA)


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