São Paulo, quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para aprovar CPMF, Lula libera verbas para tucanos

Governo repassa R$ 86,4 mi para emendas de mineiros

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Num esforço para conseguir votos tucanos para aprovar a CPMF, o governo privilegiou bancadas de Estados chefiados pelo PSDB ao destinar verbas federais para emendas dos congressistas ao Orçamento.
Das dez bancadas que mais tiveram verbas federais empenhadas em novembro, cinco são de Estados do PSDB: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Roraima e Alagoas. Dessa lista, a bancada que mais recebeu recursos, disparado, foi a de Minas: R$ 86,4 milhões.
Foram liberados R$ 350 milhões no total para emendas de bancada até o dia 23 -praticamente o triplo do que foi liberado em outubro, R$ 118 milhões. Essa modalidade de emenda é feita em conjunto por deputados e senadores do mesmo Estado para atender os pedidos do governador -em geral grandes obras. Segundo dados do Siafi recolhidos pela assessoria de Orçamento do DEM, a bancada gaúcha obteve R$ 15,3 milhões; a de São Paulo, R$ 10,5 milhões; e a de Roraima e a de Alagoas, R$ 10 milhões cada uma.
É na interferência dos governadores que o Planalto aposta para tentar virar alguns votos. O detalhamento das emendas individuais mostra que o governo escolheu a dedo os senadores beneficiados. Na ponta do ranking estão dois senadores que têm sido assediados para votar a favor da CPMF: o ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati (CE), contemplado em R$ 2,1 milhões, e César Borges (PR-BA), com R$ 1,4 milhão.
Os recursos para o tucano foram destinados a obras de infra-estrutura e construção de quadras esportivas de cinco prefeituras. No caso do senador do PR, são conjuntos habitacionais em quatro municípios. Outros senadores cujos votos são apontados como incertos também tiveram emendas liberadas em novembro: Magno Malta (PR-ES), que obteve R$ 747 mil, e Geraldo Mesquita (PMDB-AC), com R$ 160 mil.
A Secretaria de Relações Internacionais nega direcionamento das emendas e ressalta que o ritmo de liberação das verbas é maior no final do ano.


Texto Anterior: Janio de Freitas: O jogo das traições
Próximo Texto: Entrevista: Lula crê na aprovação da CPMF por senadores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.