São Paulo, sábado, 29 de novembro de 2008

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MÁFIA DOS SANGUESSUGAS

Ministério Público suspeita de convênios de senador do DEM

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Investigação do Ministério Público Federal em Mato Grosso sobre a máfia dos sanguessugas apontou indícios de irregularidades envolvendo dois convênios firmados em 2000 e 2001 entre a Prefeitura de Várzea Grande (MT) e o Ministério da Saúde, quando o senador Jayme Campos (DEM) era o prefeito local (1997-2004).
Em razão do foro privilegiado, o inquérito foi encaminhado em 29 de outubro ao STF (Supremo Tribunal Federal), com pedido de abertura de investigação do possível envolvimento do senador no esquema.
A máfia dos sanguessugas -liderada, segundo a Procuradoria, por Darci e Luiz Antônio Vedoin, sócios da Planam- pagava propina a congressistas em troca de emendas ao Orçamento e, na outra ponta, fraudava licitações municipais destinadas à compra de ambulâncias.
Segundo a Procuradoria, há indícios de fraude em licitações para aquisição de duas "unidades móveis de saúde" em Várzea Grande. Os convênios, firmados com a diretoria executiva do Fundo Nacional de Saúde, somam R$ 161 mil -a liberação dos recursos foi concluída em 19 de abril de 2002.
Como o processo é sigiloso, a Procuradoria não informou quais irregularidades foram detectadas. No STF, a petição nº 4.458 foi distribuída à ministra Ellen Gracie e está sob análise da Procuradoria Geral da República.
Campos disse acreditar que o inquérito será arquivado."As duas licitações foram limpas e transparentes e tiveram a anuência do Ministério da Saúde. As contas foram depois aprovadas, ou seja, não há o que investigar."
Segundo ele, as licitações foram feitas por concorrência pública e carta-convite. As compras, segundo ele, eram definidas por um departamento exclusivo, formado apenas por "servidores de carreira" da prefeitura: "Não era eu quem comprava, mas posso assegurar que todo o processo foi correto".
Questionado sobre detalhes dos convênios, disse que "não se lembra mais". "Essa compra ocorreu há oito anos, e não fui eu quem comprou. Eu já estou fora da prefeitura há quatro anos. O que é que vou saber sobre isso?"


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