São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 2000

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PAINEL

Frigidex
Começou anteontem no mercado publicitário -e continuou ontem no interior do governo- um zunzum nada abonador sobre Henri Reichstul e, principalmente, Alexandre Machado, assessor da presidência da Petrobras. US$ 50 milhões por um "x" foi além da conta.

Henrix, o gaulês
Além de constranger o governo inutilmente às vésperas do Ano Novo, o imbróglio da PetroBrax serviu para que o presidente da empresa, Henri Reichstul, ganhasse um apelido: Henrix. Francês, virou personagem de quadrinhos, como Astérix, o bravo gaulês.

Óleo na pista
Comentário de ACM sobre o imbróglio da Petrobras: "Se eu fosse FHC voltaria mesmo atrás. Uma medida como essa não seria tomada sem o seu prévio conhecimento . Não vejo vantagem nenhuma na mudança. E percebo na sociedade reação idêntica ao que eu penso".

Beijo da mulher-aranha
Hector Babenco enviou uma carta a Pimenta da Veiga no dia 15 de dezembro. Cobrou explicações do ministro pelo que teria dito do filme "Carandiru" -que vai "denegrir a imagem do pais no exterior". Uma cópia foi enviada pelo cineasta a FHC.

Sonolência atuante
Oficialmente encarregada de continuar com as investigações do caso Eduardo Jorge, a Comissão de Fiscalização e Justiça do Senado não fez nenhuma reunião desde 1º de novembro. Nem mesmo a prisão de Lalau, que contradisse EJ, motiva a base governista. A comissão vai cumprindo seu real papel.

Aos costumes
Pelo menos um contrabando foi identificado na votação do Orçamento, na calada da madrugada de ontem: emenda que dava R$ 18 mi, tirados do Ministério da Ciência e Tecnologia, para gastos de publicidade do Planalto. Foi apreendida.

Peças encadeadas
A oposição definiu uma preliminar para o jogo sucessório do Senado: não vota em candidato apoiado, veladamente ou não, por ACM. Avalia que seria a consolidação da candidatura de Tasso Jereissati (CE), o que não interessa nem ao PT de Lula nem ao PPS de Ciro Gomes.

Coração de mãe
A preliminar da oposição dá novo gás a Jader Barbalho, o candidato vetado por ACM. O PMDB tem um pé preferencial na candidatura de José Serra, mas outro na de Ciro, sem fechar as portas para Itamar Franco. E, em eventual segundo turno, pode até se apoiar ao PT.

O bug do milênio
O sentimento da cúpula do PFL é o de que a candidatura de Inocêncio Oliveira (PE) entra o Ano Novo no vinagre.

Correndo por fora
Discretamente, como é de seu estilo, José Sarney fez uma visita a ACM anteontem no Senado. Permanece candidatíssimo, esperando o cavalo passar encilhado. Para isso, o cavalo de Jader tem de refugar antes.

Papai Noel de janeiro
Apesar de ter refugado na tentativa de enquadrar ACM, a ala não-carlista do PFL procura manter Jader na expectativa de que ainda pode romper com ACM. Nem o mais crédulo peemedebista é capaz de apostar um centavo nessa hipótese.

Laranja dos grotões
Um novo candidato à presidência da Câmara surgiu ontem: Nelson Marquezelli (PTB). Roberto Jefferson (PTB-RJ) matou a charada no ato. "É um candidato laranja". Além de produzir cítricos, Marquezelli entra no jogo representando a UDR.

Compromisso firme
Os tucanos Aécio Neves e Sérgio Machado reafirmaram ontem a Jader Barbalho o compromisso de apoiá-lo na eleição do Senado. O peemedebista teria pelo menos 12 votos do PSDB, entre 14, a seu favor.

TIROTEIO

De ACM, sobre a expectativa de que o PFL iria "enquadrá-lo" no almoço de anteontem, realizado para discutir a candidatura Inocêncio e o veto a Jader:
- Quem apostava nisso (no enquadramento do baiano) não entende o PFL.

CONTRAPONTO

Bobagem em tempo real

Ernandes Amorim (PPB-RO) fez anteontem um discurso ressaltando a importância da TV Senado e reclamando de uma suposta perseguição da imprensa contra o Congresso.
Recentemente, os jornais publicaram denúncias feitas contra o senador no TSE de abuso de poder político na campanha de 94. Amorim, que era prefeito de Ariquemes, teria sido beneficiado pela inauguração de uma obra, em que houve pedidos de votos para sua candidatura.
No discurso, Amorim reclamou da cobertura e disse que, antes da TV Senado, os jornalistas acompanhavam as sessões, mas publicavam o que queriam:
- Falavam mal e a população não tinha como saber a verdade.
Na hora, Heloísa Helena (PT) comentou, rindo, com Renan Calheiros (PMDB):
- Bobagem, os senadores continuam mal falados. Só que a TV transmite tudo ao vivo!


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