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Guianense defende ação
do governo
DOS ENVIADOS À GUIANA
O guianense Carlos Tode, fiscal sênior da GGMC
(Comissão de Geologia e
Minas da Guiana), afirma
que o seu governo faz campanha de conscientização
para enquadrar na legislação os garimpeiros brasileiros. Ele nega recebimento de propina.
Tode visita o chamado
Frenchman Hill ("colina
do francês") com um aparelho 2100 P Turbidimeter, que mede a pureza da
água dos igarapés (riachos
que nascem na mata e deságuam em rios).
No processo de mineração, o garimpeiro desmata
uma área. Ele usa a água
do igarapé, bombeada em
jatos com uso de dragas,
para mover a terra em busca de ouro. O resultado é a
formação de crateras. Depois, a água é lançada de
volta ao igarapé, mas deveria ser filtrada.
"A gente está olhando se
a água suja cai [de volta] no
igarapé. Estamos reforçando a lei e estamos com
uma campanha", disse Tode, que fala português.
Tode recolhe amostra
de água de um igarapé e o
coloca no Turbidimeter
(do tamanho de máquinas
de cartão de crédito).
No aparelho aparece o
número 65. "O limite é
30", lamenta. "O brasileiro
muda a direção do igarapé,
isso que é mal, e usa o mercúrio [para estabelecer liga com o ouro]", diz Tode.
"A lei diz que não se pode
jogar mercúrio na caixa
[peneira para reter ouro],
no buraco do acampamento e no barranco. Alguns
brasileiros jogam."
O fiscal cobra então de
Tibúrcio Valeriano de Andrade Neto, o pioneiro do
grupo de brasileiros em
Frenchman Hill, o uso de
um sistema, que ele define
como retort, para impedir
a contaminação.
Tode diz a Neto que o
equipamento custa 20 mil
dólares guianenses (R$
175), e está disponível no
escritório da GGMC. Neto
responde ao fiscal que vai
comprar o equipamento,
mas depois afirma à reportagem que a exigência do
fiscal não será atendida.
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