São Paulo, sábado, 29 de dezembro de 2007

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"Ética não está acima da lei", diz ministro do Trabalho

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, reafirmou ontem que não pretende se licenciar da presidência do PDT. A Comissão de Ética Pública recomendou sua demissão, pois entende que há "conflito de interesse" no acúmulo do ministério e do partido. Lupi disse que "a ética não está acima da lei" e atacou o presidente da comissão, Marcílio Marques Moreira.  

FOLHA - O sr. cogita se licenciar da presidência do PDT?
CARLOS LUPI
- Não. Eu acho que este assunto está encerrado. A democracia no Brasil é feita por partidos políticos. Os partidos são as instituições legítimas para sua representação. Qual o crime de ser dirigente partidário? A ética não pode estar acima da Constituição e da lei. Nenhuma interpretação, de nenhum cidadão, pode estar acima da Constituição. A Constituição garante a liberdade de organização partidária.

FOLHA - O sr. não teme criar uma saia justa para o presidente?
LUPI
- A minha preocupação é com a lei, com a Constituição. Meu partido tem 27 anos de existência, único partido que pertenci, sou fundador desse partido. Enquanto alguns trabalharam e serviram a presidentes que foram afastados por corrupção, eu trabalhei para Leonel Brizola. Cada um que bata o seu currículo e diga de onde veio. Acho que é pessoal e contra o PDT. Se vocês se lembrarem que o membro deste tribunal foi ministro do presidente Fernando Collor. [Eu] Era um deputado muito atuante [pelo impeachment]. [Marcílio Marques] Resolveu descarregar em mim a sua ira. Eu topo. A ética não está acima da lei.

FOLHA - Se o sr. for obrigado a decidir entre o partido e o ministério?
LUPI
- Não tenho de decidir. A Constituição me garante: enquanto a Constituição não mudar, continuo ministro e presidente do PDT, a não ser que o presidente ache que não estou atendendo às expectativas.

FOLHA - No caso de demissão, o PDT pode sair do bloco governista?
LUPI
- Não, não tivemos nenhuma condição de cargo. Quando o partido decidiu apoiar o presidente Lula, não exigiu nenhum cargo.


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