São Paulo, terça-feira, 29 de dezembro de 2009

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Ex-dirigentes da BrT são multados por pagamento a Valério

CVM diz que tele pagou publicitário do mensalão sem ter contrato; envolvidos negam irregularidade

DA SUCURSAL DO RIO

A ex-presidente da Brasil Telecom Carla Cico e o ex-diretor financeiro da empresa Paulo Pedrão Rio Branco foram condenados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) em processo relacionado ao mensalão, esquema de pagamento a políticos revelado pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, em 2005.
Cico foi multada em R$ 300 mil, e Rio Branco, em R$ 100 mil, por não terem sido diligentes na administração da operadora. Eles ainda podem recorrer da punição junto ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
A BrT foi envolvida no escândalo do mensalão porque pagou R$ 4,4 milhões às agências de publicidade DNA Propaganda e SMP&B Comunicação, pertencentes ao publicitário Marcos Valério, personagem chave do mensalão, sem haver contrato comercial com elas.
A CVM começou a investigar o caso em julho de 2005, quando foi noticiado que algumas companhias abertas, entre elas a BrT, fizeram pagamentos às duas agências, e que os recursos se destinariam ao financiamento de campanhas políticas.
Na ocasião, a tele divulgou um fato relevante ao mercado financeiro em que admitia o pagamento de R$ 823,5 mil à DNA e de R$ 3,7 milhões à SMP&B, mas sustentava que tinham sido regulares. A investigação da CVM confirmou o pagamento dos R$ 4,4 milhões às duas agências, nos anos de 2003 e 2004, sem que houvesse contrato comercial.
Segundo o órgão regulador, algumas notas fiscais apresentadas durante a investigação não condiziam com os serviços contratados: os valores eram incompatíveis com o serviço, e a contratação, desnecessária.
Cico e Rio Branco dirigiram a Brasil Telecom contratados pelo grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. Em 2005, ele foi afastado da gestão, e o comando da empresa passou para o Citigroup e para um grupo de fundos de pensão estatais liderados pela Previ, do Banco do Brasil.
Os ex-dirigentes apresentaram defesa conjunta na CVM e disseram que suspenderam os contratos com as agências assim que surgiram os rumores de irregularidade. Eles argumentaram terem agido com boa fé e eficiência na defesa dos interesses da companhia.
Os advogados deles não foram localizados ontem.


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