São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 2001

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Inocêncio diz que não recuncia à candidatura

LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), disse ontem que não vai renunciar à candidatura a presidente da Casa nem aceitará cargos no governo como compensação por uma suposta derrota no plenário.
"Não toquem nesse assunto comigo. Não dou essa ousadia a ninguém. Ninguém tem coragem cívica -não digo nem física- de me propor isso", afirmou.
A Folha apurou que há uma articulação no governo para que Inocêncio desista da candidatura e evite a disputa com o tucano Aécio Neves (MG) no plenário. O ministro Pimenta da Veiga (Comunicações) estaria esperando o melhor momento para fazer a proposta ao líder pefelista, que ficaria com um ministério.
"Ele (Pimenta) não é louco de falar comigo sobre isso. Nem ele nem o Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral da Presidência) nem o presidente Fernando Henrique", disse.
Inocêncio afirmou que "barganha e compensação" são palavras que não fazem parte do seu dicionário de vida. "Sou um homem sério e exijo respeito. O que me zanga é a falta de respeito", disse.
O pefelista disse que não tem conversado com Pimenta nem com outros ministros de FHC. "Não me interessa falar com ninguém do governo, que está fazendo campanha para o outro candidato (Aécio). Então, que continue com o outro candidato", afirmou.
Aécio disse que não vai tratar de renúncia ou de compensação para Inocêncio porque "seria um desrespeito a um candidato que está buscando votos".
Inocêncio também criticou as decisões do presidente Michel Temer (PMDB-SP) em relação aos critérios da eleição da Câmara. "São decisões esdrúxulas", afirmou o líder. Ele se referiu à definição do dia 15 de dezembro como prazo para calcular a maior bancada -que favorece o candidato do PSDB.
Inocêncio defende a data de 1º de fevereiro de 1999, quando deputados e senadores tomaram posse. Naquele dia, o PFL era o maior partido na Câmara.
Em segundo lugar, ele afirmou que Temer deveria ter marcado o prazo de definição das bancadas para a véspera da eleição, prevista para 14 de fevereiro.
Inocêncio discordou também da interpretação de Temer ao regimento da Câmara com relação ao número mínimo de votos para eleição do presidente. O regimento estabelece que é necessário o apoio da maioria (metade mais um) dos votos, presentes no mínimo 257 deputados. Para o pefelista, o correto é a maioria absoluta dos deputados (257 votos).


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