DA AGÊNCIA FOLHA,

EM PRESIDENTE PRUDENTE

O prefeito de Presidente Prudente, Agripino de Oliveira Lima (PFL) bloqueou ontem a rodovia Assis Chateaubriand, na divisa entre Presidente Prudente e Pirapozinho, para impedir a entrada de manifestantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em seu município.
Lima levou tratores de esteira e caminhões da prefeitura e convocou funcionários municipais para participarem do bloqueio. Cerca de 600 pessoas impediam ontem o acesso dos cerca de mil sem-terra no município.
A marcha do MST, que saiu de Pirapozinho na madrugada de ontem, chegou à barreira montada pelo prefeito de Presidente Prudente por volta das 10h e acampou às margens da rodovia.
No início da tarde, três promotores de Justiça de Presidente Prudente foram até o local dos protestos e tentaram convencer o MST a encerrar a marcha. Eles propuseram que se organizasse uma comissão entre os sem-terra para ir até Presidente Prudente negociar suas reivindicações.
José Rainha Jr., líder do MST e coordenador da marcha, não aceitou. "Não dá para acreditar que um prefeito rasgue a Constituição, que garante o direito de ir e vir, dessa maneira", disse.
A família do prefeito possui fazenda na região do Pontal do Paranapanema. No ano passado, a fazenda Nazaré, que fica em Marabá Paulista (648 km de São Paulo) foi invadida pelo MST. Foi concedida reintegração de posse.
O procurador regional do DER (Departamento de Estradas e Rodagem), Luís Denuncio Marchezelli, chegou à rodovia às 17h de ontem, para tentar convencer Rainha a acabar com a marcha e Agripino Lima a acabar com o bloqueio, sem sucesso.
Com isso, promotores e juizes de Presidente Prudente decidiram se reunir no final da tarde de ontem no fórum do município. Até a conclusão desta edição, não havia uma solução para o impasse. (JOSÉ MASCHIO)


Texto Anterior: Janio de Freitas: Das pesquisas
Próximo Texto: QUAL GLOBALIZAÇÃO?
Porto Alegre: Ativistas protestarão contra os dois fóruns
Índice