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Propaganda federal será feita por 3 agências
Matisse, Propeg e 141 Brasil Comunicação vencem licitação para fazer propaganda institucional do governo Lula
Com sede na BA, Propeg era vista como inimiga do PT por conta de ligações com ACM; Matisse fez campanha de Lula; 141 foi parceira da CUT
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As agências Propeg, Matisse
e 141 Brasil Comunicação foram as vencedoras de licitação
para fazer a propaganda institucional do governo federal. As
três repartirão, em 2008, uma
verba de R$ 150 milhões, igual à
do ano passado. Há prazo de
cinco dias úteis para eventuais
recursos. O resultado, portanto, ainda pode ser modificado.
As três agências têm hoje
contas em órgãos do governo.
Mas das três, a Matisse, do publicitário Paulo de Tarso, é a
única que já atua para a Secom
(Secretaria de Comunicação).
A Matisse, que atuou na campanha de Lula à Presidência em
1989, assina parte da publicidade do governo desde 2003. No
primeiro mandato, dividiu o
bolo publicitário da Presidência com a Lew'Lara de Duda
Mendonça. Duda deixou a conta após o escândalo do mensalão, em 2005, por ter confessado que recebeu dinheiro de caixa dois no exterior.
A Propeg, do publicitário
Fernando Barros, é a maior
agência do Norte e Nordeste e é
uma das que atende o Ministério da Saúde. Na Bahia, trabalhou para o governo estadual
nos 16 anos de hegemonia mantida pelo grupo de Antonio Carlos Magalhães (1927-2006).
Por isso sempre foi rejeitada
pelo PT. Mas se aproximou nos
últimos anos do PMDB, e ampliou espaço no governo Lula
com a ajuda do ministro Geddel
Vieira Lima (BA). A Propeg
também ajudou a eleger o ex-presidente Fernando Henrique, em seu primeiro mandato.
A 141 Brasil ganhou recentemente a conta do Ministério do
Turismo. Seu publicitário,
Mauro Motoryn, desenvolveu
parcerias com a CUT e trabalhou na Ogilvy, agência investigada pela CPI dos Correios.
Na classificação geral, a 141
aparece apenas 0,3 ponto percentual à frente da Lew'Lara. O
contrato é de 12 meses, prorrogáveis por mais 48. A licitação
foi aberta em outubro. Trinta
agências participaram.
A nota que decidiu as vencedoras dessa etapa técnica foi alcançada, segundo a Secom,
com base em dois critérios: um
"plano de comunicação" apresentado e uma análise de cada
uma das agências quanto à capacidade de atendimento.
O plano de comunicação, responsável por 65% da nota técnica, foi avaliado, segundo a Secom, sem que os membros da
comissão julgadora conhecessem a identidade das agências.
Das 30 concorrentes, duas
propostas apresentadas estavam identificadas (na etapa
apócrifa) e, por isso, as agências
em questão foram desclassificadas. Outras 21 foram desclassificadas por não terem atingido a nota mínima (80 pontos).
Sete foram classificadas, e as
três "vencedoras" são as que
obtiveram melhor pontuação.
O edital previa que as agências apresentassem proposta
de publicidade sobre a transposição do rio São Francisco.
A divisão dos R$ 150 milhões
anuais funciona assim: para
ações de menor porte, a Secom
direciona o trabalho à agência
de melhor perfil. Para ações cujo valor ultrapassa R$ 1 milhão,
é feita uma concorrência interna entre as três.
Colaborou LUIZ FRANCISCO,
da Agência Folha, em Salvador
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