São Paulo, quarta-feira, 30 de janeiro de 2008 |
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Toda Mídia Nelson de Sá Nova era (de guerras)
No alto das páginas iniciais de "Financial Times" e
"Guardian", outra crise. Não dos bancos americanos,
mas a que prenuncia "A batalha por comida, petróleo
e água", no título do "FT". O preço do petróleo saltou
80% em um ano, o custo dos alimentos, 50%. A culpa
maior seria de China e Índia, das centenas de milhões
de miseráveis que subiram de vida. O texto fecha com
a sombra de "uma nova era de guerras por recursos".
Ecoou afinal pela América Latina, dos sites de jornais argentinos à cobertura estatal cubana, a turnê armamentista do Brasil por França e Rússia. O destaque foi para a "aliança militar estratégica" proposta ontem ao presidente francês, Nicholas Sarkozy, ao custo de o país comprar submarinos Scorpene -supostamente para defender o campo de Tupy. Num enunciado argentino, "Brasil a um passo de construir um submarino nuclear". Por outro lado, na cobertura francesa, até ontem à noite a atenção ao tema se restringia a sites de indústria bélica. MANDAR US$ 300 OU 300?
Foi a manchete do "JN" de anteontem, "A crise econômica americana leva brasileiros a deixar os EUA". A reportagem se concentrou nos seis mil que saíram da Flórida em "meses". Em sua edição de ontem, o "Christian Science Monitor" foi pela mesma linha, mas mostrando como os brasileiros e outros de Massachusetts vêm sofrendo com a queda do dólar, trabalhando "mais horas" para enviar o mesmo dinheiro ao país de origem. A pergunta que os migrantes se fazem agora, diz o jornal, é se querem "mandar US$ 300 ou 300 para casa". MENOS DESIGUALDADE, NÃO
De repente, Mary O'Grady, da ultraconservadora página de opinião do "WSJ", surgiu em entrevista na Globo News e coluna no jornal saudando o fim da CPMF -e dizendo por que o Brasil vai mal no "índice de liberdade econômica" que a Heritage Foundation soltou. Ela cobrou mais reformas de Lula e disse que, se quiser ser aceito como "país democrático capitalista bem-sucedido", o Banco do Brasil "teria que ser privatizado". Mas ela foi além e se afirmou "cética" quanto ao aquecimento global. Aliás, "sou cética quanto à idéia de reduzir a desigualdade, não sei bem por que isso seria um objetivo louvável". CAMELOT Nada do "estado da união", de George W. Bush. Na TV dos EUA, destacou o "NYT", o que toma a cobertura é "Camelot 08", a conjunção de Barack Obama com o clã Kennedy. No próprio "NYT", que deu apoio a Hillary Clinton dias atrás, só se fala de Obama. E A DANÇARINA Do lado republicano, pouco ou nada de Bush, também. Os favoritos de ontem na Flórida, John McCain e Mitt Romney, duelaram entre eles, ponto. Um perfil do "FT" destacou, de McCain, a sua conhecida paixão de juventude por uma "dançarina exótica do Brasil".
Para a Globo, no fim da escalada do "JN", foram só "transtornos de verão" na cidade de São Paulo. Já a Band, no "Brasil Urgente", ao vivo, viu o Tietê "transbordar a qualquer momento", ontem Leia as colunas anteriores @ - Nelson de Sá Texto Anterior: Orçamento: Governo prioriza seu interesse ao liberar emendas Índice |
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